Trudeau aludiu aos tiroteios que têm acontecido no país, entre os quais o homicídio de 22 pessoas, na Nova Escócia, nos dias 18 e 19 de abril.
Em causa está a proibição de mais de 1.500 modelos de armas de fogo de estilo militar, entre as quais dois tipos utilizados pelo atirador, que acabou abatido na sequência de um confronto com a polícia, e de outro armamento utilizado em vários tiroteios em massa nos Estados Unidos da América.
"Não é preciso uma AR-15 [arma semiautomática] para matar um veado", disse Trudeau. "Portanto, com efeito imediato, não é mais permitido comprar, vender, transportar, importar ou usar armas de assalto de nível militar no país", acrescentou.
Trudeau frisou que estas armas foram projetadas com um objetivo: matar o maior número de pessoas no menor tempo possível.
"Não há uso - e não há lugar - para tais armas no Canadá", justificou o primeiro-ministro.
Justin Trudeau esclareceu que existe um período de transição de dois anos para quem é proprietário desse tipo de armas e informou estar previsto um programa de compensação, que exigirá uma lei aprovada no Parlamento.
Neste intervalo, elas podem ser exportadas, devolvidas aos fabricantes e transportadas apenas para desativá-las ou para os seus detentores se desfazerem delas. Em determinadas circunstâncias, podem ser usadas para caçar.
Os tiroteios em massa são relativamente raros no Canadá, mas Trudeau disse estarem a acontecer com maior frequência e lembrou que ele próprio estava perto quando o atirador Marc Lepine matou 14 mulheres e se suicidou a seguir na faculdade Ecole Polytechnique de Montreal, em 1989.
A proibição de armas de tipo militar foi uma promessa eleitoral do Partido Liberal de Trudeau durante a campanha eleitoral de 2019.
"Atualmente, o mercado de armas de assalto está encerrado. Chega, é o suficiente", sublinhou Bill Blair, o ministro da Segurança Pública.
O líder conservador da oposição, Andrew Scheer, acusou Trudeau de usar "a emoção imediata do terrível ataque na Nova Escócia para pressionar a agenda ideológica dos liberais e fazer grandes mudanças nas políticas de armas de fogo".
Scheer realçou que o atirador da Nova Escócia não tinha licença de armas de fogo, então todas as suas armas eram ilegais.
O atirador da Nova Escócia, Gabriel Wortman, de 51 anos, matou 13 pessoas e incendiou outras nove. Segundo a polícia, uma das armas foi adquirida no Canadá e outras nos Estados Unidos.
O massacre começou com um ataque à namorada e terminou com 22 pessoas mortas em comunidades do centro e norte da Nova Escócia.