O presidente do Brasil saiu do Palácio do Planalto, este domingo, para cumprimentar as centenas de apoiantes que o aguardavam, numa manifestação de apoio ao governo, ao arrepio dos conselhos do próprio ministério da Saúde para que as pessoas se recolham aos seus domicílios para evitar a propagação do novo coronavírus.
O enorme grupo de manifestantes estava posicionado em frente à rampa do Planalto, residência oficial da presidência, em Brasília. Jair Bolsonaro saiu com uma comitiva de algumas dezenas de pessoas e posicionou-se na rampa, onde ainda pegou uma criança ao colo.
É possível ver máscaras entre a multidão, mas sem respeitar, de todo, quaisquer medidas de distanciamento social. Entre a própria comitiva de Jair Bolsonaro, que inclui dois dos seus filhos, há pessoas sem máscara.
"É uma manifestação espontânea do povo do Brasil em defesa da democracia e da liberdade. Quero um governo sem interferência que possa trabalhar para o futuro do Brasil. Objetivo que tenho a certeza que será atingido, afinal, todos nós queremos o bem da nossa pátria", disse Jair Bolsonaro, para a câmara que o filmava.
"Peço a Deus que não tenhamos problema nesta semana. Chegamos ao limite. Não tem mais conversa. Daqui para frente não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço", acrescentou, minutos depois.
O governante desceu, depois, a rampa e cumprimentou alguns dos seus apoiantes, acompanhando-os em alguns cânticos, como, por exemplo, "a nossa bandeira nunca será vermelha", um slogan usado contra a esquerda partidária.
Ao mesmo tempo que Bolsonaro fazia campanha junto dos seus apoiantes, o ministro da Saúde, Nelson Teich, visitava este domingo a capital do Amazonas, Manaus, onde as autoridades foram forçadas a cavar valas comuns para enterrar as vítimas mortais da pandemia.
O vírus SARS-CoV-2, que resulta na doença Covid-19, já fez 6.750 mortes no país e infetou 96.559 pessoas.