A Fundação Panzi prometeu, numa mensagem publicada no seu website, fazer tudo o que estiver ao seu alcance para garantir que "seja feita justiça" para reparar estes factos, que terão ocorrido em abril.
Em Bukavu, a capital da província do Kivu Sul, "14 rapazes violados por um homem que se faz passar por pastor estão a ser tratados no hospital geral de referência de Panzi", escreve a Fundação no seu 'site'.
O departamento jurídico da Fundação Panzi, que normalmente trata as mulheres violadas, "está a prestar assistência às vítimas e acompanhará o caso até que seja feita justiça".
"No decurso do tratamento, as crianças confessaram terem sido violadas várias vezes" pelo suspeito "que comprou o seu silêncio por pequenos presentes durante várias semanas", segundo a mesma fonte.
O alegado perpetrador destes abusos, de 30 anos, foi detido a 28 de abril e transferido para o Ministério Público a 02 de maio, disse à agência AFP o ativista local da sociedade civil Julien Namegabe.
Os 14 rapazes, provenientes de famílias diferentes e com idades compreendidas entre os 08 e os 15 anos, estão ao cuidado do hospital de Panzi desde 26 de abril, onde chegaram em "estado de sofrimento e stress psicológico".
"Eles apresentaram um misto de tristeza, medo e vergonha", descreveu Evariste Kajibwami, um dos psicólogos clínicos que tem acompanhado estes pacientes desde a sua admissão no hospital.
Na República Democrática do Congo, os casos de agressão sexual e violação cometidos contra homens são menos denunciados do que os que visam muitas mulheres.
Na clínica de Panzi, o famoso ginecologista congolês Denis Mukwege tratou milhares de mulheres que foram violadas nos conflitos do leste da RDCongo ao longo do último quarto de século.
A sua Fundação interveio em pelo menos dois julgamentos, antes do sistema de justiça militar, no final de 2017 e em setembro de 2019.
No final de 2017, um membro da milícia local foi condenado a prisão perpétua por violação de cerca de 40 raparigas em Kavumu, perto de Bukavu.
Em novembro, um senhor da guerra foi condenado por violação de mulheres e pelo menos uma rapariga no início de 2018.