De acordo com a porta-voz da missão das Nações Unidas no Sudão do Sul, Francesca Mold, a ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já foram informadas dos casos.
Segundo um funcionário do Ministério da Saúde, os dois infetados têm nacionalidade sul-sudanesa e "estão na casa dos 20 anos", refere a agência noticiosa Associated Press (AP).
O Sudão do Sul foi um dos últimos países africanos a detetar episódios de covid-19 no seu território, contando agora 174 casos da doença provocada pelo novo coronavírus.
Em meados de abril, mais de 190.000 pessoas continuavam abrigadas em campos de proteção dirigidos pela ONU no Sudão do Sul, mais de um ano depois da assinatura de um acordo de paz que colocou um ponto final numa guerra civil que se prolongou por cinco anos.
Só na capital, estes campos albergam cerca de 30.000 pessoas.
A propagação da doença em campos de refugiados e de deslocados em África, Médio Oriente e Ásia é um motivo de preocupação entre as autoridades de saúde e organizações de ajuda, uma vez que alguns locais remotos a aplicação de medidas restritivas é mais difícil, assim como o fornecimento de material médico.
Segundo a AP, até final de abril, o número de testes administrados às 10 milhões de pessoas que se encontravam nestes campos era relativamente baixo.
A maior parte dos infetados no Sudão do Sul têm sido encaminhados para as suas casas, em vez de para a estrutura Unidade para Doenças Infeciosas John Garang -- cuja capacidade a OMS diz estar a ser expandida de 24 para 80 camas.
A guerra civil no Sudão do Sul eclodiu dois anos depois de a nação ter celebrado uma longa luta pela independência do Sudão, em 2011.
O conflito prejudicou gravemente a economia do país, rico em petróleo, e a fome afetou cerca de metade dos 12 milhões de pessoas do país.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infetou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.336, com mais de 66 mil infetados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.