Funerárias de Nova Iorque processadas por guardarem cadáveres em camiões

Três agências funerárias de Nova Iorque, nos Estados Unidos, estão a ser processadas, após dezenas de corpos terem sido encontrados em camiões frigoríficos, alugados pelas empresas.

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© Reuters

Lusa
29/05/2020 07:12 ‧ 29/05/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

Devido ao elevado número de mortes causadas pela covid-19, as agências Andrew T. Cleckley, DeKalb e Armistead Burial armazenavam os corpos nos camiões frigoríficos até ser possível realizar os funerais.

Três processos foram movidos por, pelo menos, três famílias, depois de as autoridades terem encontrado os corpos de familiares em camiões frigoríficos, no final de abril, noticiou o canal de televisão NY1.

As três agências não tinham um relacionamento comercial formal, mas um representante da Armistead admitiu à NY1 existir um "acordo de cavalheiros" para enviar clientes de uma agência funerária para outra, caso seja necessário.

Em 30 de abril, a polícia de Nova Iorque encontrou cerca de 100 cadáveres sem refrigeração em quatro camiões frigoríficos que a agência funerária Andrew T. Cleckley alugou para responder ao acréscimo de pedidos de funerais, por causa da covid-19.

No início de maio, as autoridades de Nova Iorque retiraram a licença à agência.

"Após uma investigação do departamento de Saúde do Estado [de Nova Iorque], emiti uma ordem de suspensão imediata para a agência funerária Andrew T. Cleckley, em Brooklyn, cujas ações foram terríveis, desrespeitosas para com as famílias dos mortos e completamente inaceitáveis", afirmou então, em comunicado, o comissário de Saúde de Nova Iorque, Howard Zucker.

"Uma crise não é desculpa para o tipo de comportamento que testemunhámos", acrescentou.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (mais de 101 mil) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,7 milhões).

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 357 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

 

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