EUA retomam execuções federais de pessoas condenadas à morte

As execuções de pessoas condenadas à pena de morte por tribunais federais vão ser retomadas em 13 de julho nos Estados Unidos, depois de 17 anos de interrupção, anunciou o Procurador-Geral do país, William Barr, na noite de segunda-feira.

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Lusa
16/06/2020 06:37 ‧ 16/06/2020 por Lusa

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Estados Unidos

 

De acordo com a agência France-Presse (AFP), Bill Barr já tinha anunciado há um ano a intenção de retomar a execuções de pessoas que foram condenadas à pena de morte em instâncias federais.

Pelo menos cinco injeções letais estavam agendadas entre dezembro de 2019 e janeiro de 2020 na penitenciária de Terre-Haute, no Indiana.

Contudo, a Justiça norte-americana interrompeu os processos depois de os advogados de alguns dos condenados terem expressado dúvidas sobre a legalidade do protocolo escolhido para matar os reclusos.

Depois de um tribunal ter autorizado a utilização de pentobarbital, o Procurador-Geral dos Estados Unidos ordenou o reagendamento das datas para quatro condenados.

"Devemos isso às vítimas dos seus crimes horríveis", vincou o governante, em comunicado citado pela AFP.

Estas execuções estão agora agendadas entre 13 de julho e 28 de agosto.

A agência de notícias francesa também da conta de que o primeiro destes condenados a ser executado pela Justiça norte-americana deverá ser Daniel Lewis Lee, defensor da supremacia branca, que foi condenado em 1999 à morte pelo homicídio de um casal e de uma criança de 08 anos.

Contudo, a mãe de uma das vítimas, Earlene Peterson, implorou ao Presidente norte-americano, Donald Trump, pelo indulto dos condenados.

"Não vejo como é que a execução de Daniel Lee honrará a minha filha, pelo contrário, vai sujar o nome dela, porque ela não o quereria", expressou, alegando motivações religiosas para a rejeição do ato.

Contudo, Trump mantém o apoio à condenação à morte como uma das bandeiras da recandidatura às presidenciais deste ano.

De acordo com a AFP, vários investigadores apontam para uma taxa de aprovação da pena de morte na ordem dos 54%, em comparação com os cerca de 80% de aprovação no início dos Anos 90.

Em 2019, 22 pessoas foram executadas nos Estados Unidos.

A maioria dos casos tem resolução nas instâncias estatais, no entanto, os tribunais federais julgam atos mais graves, como, por exemplo, atentados, crimes racistas, ou que foram cometidos em instalações militares.

Nesta instância apenas três pessoas foram executadas nos últimos 45 anos, incluindo Timothy McVeigh (em 2001), responsável por um atentado à bomba em Okahoma em 1994 e que provocou a morte a 168 pessoas.

A última execução federal ocorreu em 2003.

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