"Infelizmente, temos uma grande percentagem [de mortes], cerca de 28 mil. Amanhã [sexta-feira] vamos dar dados mais fiáveis e mais seguros, mas será à volta de 28 mil mortes", avançou hoje o diretor dos serviços de Alerta e Emergências Sanitárias do Ministério da Saúde espanhol, Fernando Simón, durante a videoconferência de imprensa diária sobre a atualização da evolução da pandemia.
O número oficial de mortos mantém-se inalterado em 27.136 desde 07 de junho, depois de os métodos de contagem de casos e mortes terem sido alterados no final de maio.
Até ao final do mês passado, quando a epidemia estava em forte declínio, o Ministério da Saúde registava diariamente entre 50 a 100 mortes.
Mas desde a mudança de método, o número caiu para menos de cinco, e até mesmo zero mortes durante vários dias.
A oposição de direita e de extrema-direita tem acusado o Governo de esquerda do primeiro-ministro Pedro Sánchez de esconder o número real de mortos.
Fernando Simon admitiu recentemente que o número tinha sido "congelado" devido a "discrepâncias", o que, segundo ele, se devia, em parte, a atrasos em algumas comunidades autónomas, que têm autonomia em matéria de saúde.
O relatório diário com a atualização da situação epidemiológico no país avisa, há já vários dias, que "está a ser efetuada uma validação dos casos dos falecidos que permitirá a correção da série histórica que será atualizada semanalmente".
"A validação individual dos casos está em curso, pelo que pode haver discrepâncias em relação à notificação agregada dos dias anteriores", acrescentam os serviços sanitários espanhóis.
Segundo o Governo espanhol, o novo sistema de contabilidade deverá permitir a deteção mais precoce de surtos de contágio no caso de um aumento da pandemia.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) espanhol e um organismo governamental de investigação pública anunciaram em finais de maio que, desde meados de março, o país tinha registado mais cerca de 43 000 mortes, em comparação com a média do mesmo período dos últimos dez anos.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 449 mil mortos e infetou mais de 8,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (117.717) e mais casos de infeção confirmados (mais de 2,1 milhões).
Seguem-se o Brasil (46.510 mortes, mais de 955 mil casos), Reino Unido (42.153 mortos, mais de 299 mil casos), a Itália (34.448 mortos e mais de 237.800 casos), a França (29.575 mortos, mais de 194 mil casos) e a Espanha (27.136 mortos, mais de 244 mil casos).