Lava Jato realiza operação contra fraudes na Eletronuclear no Rio

Agentes da polícia brasileira realizam hoje uma operação contra fraudes na Eletronuclear, no âmbito das investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro, cumprindo 12 mandados de prisão temporária e 18 mandados de busca e apreensão.

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Lusa
25/06/2020 17:15 ‧ 25/06/2020 por Lusa

Mundo

Lava Jato

Entre os alvos estão Silas Rondeau, que foi ministro das Minas e Energia entre 2005 e 2007, e também o ex-deputado da câmara baixa do Congresso brasileiro Anibal Ferreira Gomes.

As buscas e prisões fazem parte da operação Fiat Lux, que por sua vez é um desdobramento das operações Radioatividade, Pripyat, Irmandade e Descontaminação, que apuram desvios de recursos em contratos da estatal de energia nuclear brasileira, Eletronuclear.

Entre os investigados estão também empresários e ex-executivos da estatal, além de outras pessoas suspeitas de colaborarem em atos de branqueamento de capitais.

"A partir da colaboração premiada [confissão de crimes em troca de redução da pena] de empresários presos na Operação Blackout, realizada em 2017 pela Força-Tarefa da Lava Jato no Paraná, foi elucidado o pagamento de vantagens indevidas em pelo menos seis contratos firmados pela Eletronuclear", explicou um comunicado do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF-RJ).

"Os recursos eram desviados por meio de subcontratação fictícia de empresas de serviços e 'offshores', que por sua vez distribuíam os valores entre os investigados", acrescentou.

Os investigadores salientaram que parte do esquema envolveu empresas sediadas no Canadá, França e Dinamarca, por isso o MPF-RJ solicitou a cooperação internacional e irá partilhar o material da investigação com o Ministério Público destes países.

Os mandados de prisão estão a ser cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Barueri (SP), Petrópolis (RJ) e Niterói (RJ). Fiat Lux é uma expressão latina que pode ser traduzida por "faça-se luz" ou "que haja luz".

O desmembramento da denúncia oferecida a partir da Operação Radioatividade levou parte das investigações da Lava Jato para o Rio de Janeiro.

Os investigadores alegam que foi constatado o envolvimento de, pelo menos, duas grandes empresas de construção brasileiras, a Andrade Gutierrez e a Engevix, em prática ilícitas, em virtude da execução de contratos e aditivos celebrados com a Eletronuclear para a construção da central nuclear de Angra 3.

Segundo o MPF brasileiro, executivos da Andrade Gutierrez confessaram a existência de um caixa para pagamentos de subornos para funcionários da Eletronuclear.

O esquema também contaria com a celebração de contratos fictícios e expedição de notas fiscais falsas através de várias empresas.

A operação Lava Jato, iniciada em 2014, no estado brasileiro do Paraná, desvendou um vasto esquema de corrupção envolvendo a petrolífera Petrobras e outros órgãos públicos brasileiros, que levou à prisão de empresários, ex-funcionários públicos e políticos.

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