Entre abril e junho apenas 12 desertores entraram na Coreia do Sul, correspondendo a menos 96% do que em igual período do ano passado e à menor cifra trimestral desde que o governo de Seul começou a contabilizar estes dados em 2003.
"A principal razão pela qual se verifica esta redução é que as fronteiras (da Coreia do Norte e da República Popular da China) estiveram fechadas por causa da pandemia do novo coronavírus", disse o porta-voz do Ministério da Unificação, Yoh Sang-key, em declarações publicadas hoje pela agência Yonhap.
Ao não poder aceder à Coreia do Sul por terra devido à Zona Desmilitarizada que divide a península, a maioria dos desertores percorre território chinês tentando alcançar um terceiro país onde acaba por pedir asilo através de embaixadas ou consulados de Seul.
A República Popular da China que pretende evitar migrações em massa de norte-coreanos não os considera refugiados mas sim "migrantes económicos" acabando por repatriar os desertores que são detetados no país.
Quando são entregues à Coreia do Norte, os refugiados e desertores acabam presos e muitas vezes são sujeitos a tortura ou condenados à morte, de acordo com documentos de organizações humanitárias.
Um total de 33 mil desertores norte-coreanos vivem atualmente na Coreia do Sul tendo obtido nacionalidade sul-coreana.
No primeiro trimestre do ano, 135 desertores chegaram à Coreia do Sul.
Em 2010 registou-se o número mais elevado de deserções quando 2.400 pessoas conseguiram fugir do norte em direção ao território da Coreia do Sul.
O regime norte-coreano reforçou os postos de fronteira desde que Kim Jong-un chegou ao poder.
Esta semana, a edição on-line do jornal Daily NK, publicação com estreitos contactos com Pyongyang, informou que o regime adquiriu recentemente novo equipamento de videovigilância de fabrico chinês para vigiar a linha de fronteira.