Britânica do extremista do EI condenada em Londres a prisão perpétua

A britânica Safiyya Amira Shaikh, seguidora confessa do grupo 'jihadista' Estado Islâmico, foi condenada a prisão perpétua por planear um ataque bombista à catedral de St. Paul, em Londres, segundo a decisão de um tribunal inglês hoje divulgada.

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Lusa
03/07/2020 16:07 ‧ 03/07/2020 por Lusa

Mundo

Justiça

Shaikh, de 37 anos e natural de Londres, deverá cumprir uma pena mínima de 14 anos, após o que poderá aceder a alguns benefícios, caso admita que preparou atos terroristas e fez propaganda para incentivar outros a realizar ataques semelhantes.

Durante o julgamento, ficou demonstrado que a acusada tinha planeado, juntamente com outras pessoas, um ataque a um hotel de Londres e imolar-se no metropolitano da capital britânica.

Outro dos seus objetivos era a catedral de Saint Paul, localizada na cidade de Londres, onde chegou a deslocar-se para investigar medidas de segurança e qual seria o melhor local para colocar uma bomba.

A britânica enviou depois fotos da cúpula da catedral a vários polícias, que conseguiram enganá-la fazendo-se passar por 'jihadistas', acompanhadas de uma mensagem.

"Claro que gostava de atacar este lugar. Gostava de bombardear e disparar até a morte ... Adorava destruir este lugar e os 'kafir' (termo árabe depreciativo para descrever os 'infiéis') que lá estiverem", escreveu.

Ao proferir a sentença, o juiz Nigel Sweeney reconheceu que Shaikh sofria de problemas mentais, como alegou a sua defesa, mas disse que havia vários "fatores agravantes", entre os quais a "comunicação com extremistas conhecidos, o uso deliberado" comunicações criptografadas e de múltiplas plataformas de redes sociais" que demonstraram vontade de atacar e de incentivar outras pessoas a fazer o mesmo.

Shaikh, que nasceu como Michelle Ramsden num bairro de West London, converteu-se ao Islão em 2007, depois de ficar impressionada com a simpatia de uma família muçulmana local, mas, segundo explicou, foi ficando progressivamente dececionada com aquilo que era ensinado nas mesquitas e que considerou ser uma versão demasiado moderada do Islão.

Embora não tivesse condenações anteriores relacionadas com terrorismo, Shaikh estava, desde pelo menos 2016, sob vigilância das forças de segurança, que têm acompanhado de perto as suas atividades.

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