Doações a Angola representam 10% do investimento em biossegurança

A ministra da Saúde angolana afirmou hoje que o Estado investiu cerca de 43 mil milhões de kwanzas (65 milhões de euros) em materiais de biosegurança, incluindo 544 toneladas adquiridas à China, sendo as doações inferiores a 50 toneladas.

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Lusa
05/07/2020 22:26 ‧ 05/07/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

"As doações são inferiores a 10% do que o Estado adquiriu, não chegam a 50 toneladas", afirmou Silvia Lutucuta numa conferência de imprensa em Luanda onde fez o balanço epidemiológico diário da Covid-19.

A ministra, que reagiu irritada à pergunta de uma jornalista sobre suspeitas de corrupção relacionadas com aquisição de materiais de biossegurança, garantiu que foram procurados os "mercados mais competitivos" e os melhores preços.

"Temos procurado mercados mais competitivos e, por isso, fomos à China comprar muitos destes meios", destacou, afirmando sentir-se "ofendida" e que os membros da comissão interministerial para prevenção e combate à covid-19 iriam também sentir-se dessa forma.

"Estamos a trabalhar todos os dias pela pátria, sem horas de descanso porque sentimos a responsabilidade de salvar vidas", frisou.

"É com muita mágoa que respondo a esta pergunta, porque estamos nesta cruzada da luta contra a corrupção e a fazer um esforço para usar da melhor forma os recursos públicos. Quero garantir que as poupanças foram enormes e estamos aqui para informar com a verdade", respondeu Silvia Lutucuta.

A ministra adiantou ainda que têm sido usados aviões da transportadora angolana TAAG para ir buscar a mercadoria, depois de o governo angolano rescindir o contrato com a Ethiopian Airlines, cujos voos estavam a ser usados para transportes de entidades alheias, tendo a carga sido confiscada.

A responsável da Saúde anunciou, por outro lado, que ainda esta semana vão ter início testes serológicos, já validados por várias organizações internacionais como meio de diagnóstico rápido que serve apenas para rastreio e que vai aumentar a capacidade de testagem de Angola, "mas não dá um diagnostico definitivo".

O teste, acrescentou, será aplicado em rastreios em populações "muito bem definidas".

Silvia Lutucuta afirmou que o Ministério da Saúde angolano tem estado a fazer "um trabalho profundo de acreditação de unidades públicas e privadas no que se relaciona com a testagem", contando atualmente com seis centros aos quais se deverão juntar em breve mais laboratórios.

Segundo explicou, estes não estão ainda em funcionamento "porque os equipamentos disponíveis requerem reagentes que não são muito fáceis de encontrar no mercado internacional".

A titular da pasta da Saúde alertou para os testes rápidos que estão a ser feitos na Clínica Meditex, que não está autorizada para fazer a testagem e salientou que este tipo de testes não está validado em Angola.

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