Os cedros de Clanwilliam, uma espécie de árvores com 225 milhões de anos e que só existe nas montanhas de Cederberg, na África do Sul, sobreviveram à última idade do gelo. Porém, esta espécie está a ter dificuldades em repetir a proeza perante as alterações climáticas cujo impacto se sente cada vez mais.
A CNN adianta que as temperaturas elevadas e a reduzida precipitação estão a contribuir para que o número de cedros de Clanwilliam seja gradualmente menor. Rika du Plessis, que trabalha para a organização de conservação CapeNature, afirmou que as montanhas de Cederberg costumavam ter autênticas avenidas de cedros de Clanwilliam.
Agora, estas árvores podem ser encontradas em zonas de maior altitude nas montanhas, espalhadas entre as rochas, onde a água escasseia. Rika du Plessis estima que atualmente existam 13.500 cedros de Clanwilliam na natureza.
A responsável da CapeNature explica que a baixa precipitação evita que as sementes desta espécie de árvore germinem de forma natural. Quando isso acontece, as jovens árvores debatem-se com a falta de água. Além disso, as temperaturas mais elevadas provocam mais incêndios. “Quando uma árvore é tocada pelo fogo, morre”, frisa du Plessis.
Num esforço para salvar esta espécie, a CapeNature desenvolveu um programa de plantação. Trata-se de um programa delicado, que começa com a colheita das sementes, e que não está isento de obstáculos, uma vez que a equipa da organização tem de subir a montanha a pé e transportar tudo, incluindo água para as árvores.
Rika du Plessis já ajudou a plantar mais de 13 mil árvores e salienta que conta com uma “equipa dedicada” nesta luta contra as alterações climáticas.