Angola anuncia recorde de 62 novos casos e mais uma morte

Angola registou, nas últimas 24 horas, 62 novos casos de covid-19, o  maior número desde o início da pandemia, e mais um óbito, elevando o total para 23, anunciou a ministra da Saúde angolana, Sílvia Lutucuta.

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Lusa
09/07/2020 20:47 ‧ 09/07/2020 por Lusa

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Covid-19

Os novos casos, 12 de sexo feminino e os restantes de sexo masculino, com idades entre os 02 e os 59 anos, resultaram dos rastreios que estão a ser feitos nos "centros-sentinela" aos contactos com casos positivos, de passageiros e vários aglomerados, adiantou a ministra, numa conferência de imprensa em Luanda.

Quanto ao óbito, trata-se de um homem de 41 anos, doente crítico que já estava internado há vários dias num centro de tratamento.

Angola regista já 458 casos positivos da doença, dos quais 23 óbitos, 117 recuperados e 319 ativos.

A ministra adiantou que foi entretanto reforçada a testagem aleatória em massa nos últimos dias, "olhando para conglomerados de alto risco", como os mercados.

Neste âmbito, foram já testadas 2.875 pessoas, das quais 1.500 no mercado do Kikolo, e 1.000 no mercado do "30", na província de Luanda, e 375 na província do Cuanza Norte.

No Kikolo, foram detetadas 87 amostras reativas, das quais 16 IgM (com presença de anticorpos que indiciam fase ativa da doença e 71 IgG (indicam que a pessoa teve contacto com o vírus mas pode estar imunizada).

No "30", 26 amostras foram reativas, incluindo três IgM.

No Cuanza Norte, registaram-se 14 amostras reativas (12 IgG e 2 IgM).

Estes testes serológicos servem para rastreio e detetam anticorpos relacionados com a covid-19, permitindo avaliar a imunidade da população e rastrear eventuais casos positivos, disse Sílvia Lutucuta.

As pessoas que revelaram IgM "estão a ser levadas para isolamento" e todos os casos reativos serão testados por outro método para ter os resultados de biologia molecular (teste conhecido como RT-PCR).

Além dos mercados, foi também iniciada a testagem na Polícia Nacional, "que interage com muita frequência com os cidadãos", indicou a titular da pasta da Saúde.

A testagem em massa prossegue na sexta-feira nos Mártires do Kifangondo, indicou Sílvia Lutucuta.

A ministra disse também que "houve testes reativos na província da Huíla" que estão a ser comprovados por outro método.

Devido à obrigatoriedade de testagem para pessoas que saem da província de Luanda ou do Cazengo (província do Cuanza Norte), no âmbito da cerca sanitária que se mantém nestes locais até ao dia 09 de agosto, "houve constrangimentos", reconheceu Sílvia Lutucuta, sublinhando que se vai fazer um reforço de capacidade nas principais saídas de Luanda já a partir de sexta-feira.

"Faremos em média 200 testes por dia", estimou.

Questionada sobre se Angola já tem transmissão comunitária da doença, a ministra admitiu: "Não estamos longe".

"Não há melhor forma senão ir mesmo à comunidade, por isso estamos a fazer testagem em grande escala para fazer amostras substanciais para aceitar a circulação comunitária, não estamos longe e temos de estar preparados", frisou a responsável, apelando à população para que acate as medidas para reduzir o impacto da doença.

Ainda assim, Sílvia Lutucuta considerou que os números que se têm detetado nos mercados são inferiores ao que era esperado.

"A expetativa era encontrar 10%, mas estamos a encontrar cifras bem inferiores, uma percentagem inferor a 0,8%. Ainda estamos neste cenário", assinalou.

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