Os custos da reparação e reconstrução de todas estas infraestruturas serão integralmente assumidos pelo Governo central de Espanha, que inicialmente se tinha comprometido em financiar 50% dessas obras, revelou ainda Sánchez.
O primeiro-ministro espanhol falava em Valência (leste de Espanha), depois de uma reunião com os presidentes de câmara dos municípios mais afetados pelas inundações, que causaram 232 mortos.
Segundo Sánchez, a reconstrução de infraestruturas municipais está avaliada em 1.700 milhões de euros, enquanto "a reconstrução de todo o ciclo da água" (infraestruturas de abastecimento, saneamento e tratamento) necessita de 500 milhões de euros.
Em causa está, no caso das infraestruturas municipais, a reconstrução de uma centena de centros administrativos, 45 escolas, 58 bibliotecas, 55 pavilhões polidesportivos, 40 centros de dia e 16 mercados e lotas, entre outros edifícios, afirmou.
As inundações resultaram de níveis de chuva inéditos em Espanha e causaram danos em perto de 100 municípios, 87 dos quais na região autónoma da Comunidade Valenciana, segundo um mapa do sistema de observação europeu Copernicus. Ficaram sob água cerca de 25 mil hectares.
O Governo espanhol aprovou até agora três pacotes de ajudas às populações, empresas e municípios afetados, num valor de 16.6 milhões de euros.
Segundo o Governo, as verbas aprovadas até agora equivalem a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha e o país terá de rever metas de défice e de dívida públicos, assim como a distribuição de fundos europeus, atendendo à dimensão da catástrofe e aos meios que serão necessários para recuperar as zonas afetadas e relançar a economia local.
Espanha iniciou também os procedimentos para ativar o fundo de solidariedade da União Europeia (UE).
Sánchez reconheceu hoje que, neste momento, "o mais importante é agilizar as ajudas" e que há ainda "muito por fazer" na reconstrução das áreas afetadas pelas inundações, "uma corrida de fundo" em que só foram dados "os primeiros passos".
O primeiro-ministro não ia a Valência desde 03 de novembro, quando visitou uma das localidades mais afetadas pelas inundações, Paiporta, na companhia dos Reis de Espanha, Felipe e Letizia, e do presidente do governo regional, Carlos Mazón, tendo a comitiva sido recebida com insultos, gritos de protesto e atingida por lama atirada pela população.
Nos últimos meses, o Governo central, liderado pelos socialistas, e o executivo regional, do Partido Popular (PP, direita), têm trocado acusações sobre a gestão do temporal, a resposta imediata às populações e os meios de ajuda para a reconstrução.
"O Governo não vai desviar o olhar de Valência e vai estar ao lado dos valencianos", assegurou hoje Pedro Sánchez, que afirmou que o executivo continuará a mobilizar todos os recursos humanos e materiais que forem necessários, "pelo tempo que for preciso".
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