Presidente do México contra uso de máscara apesar do aumento de infeções
O Presidente do México desvalorizou na quarta-feira a importância do uso de máscara para combater a pandemia de covid-19, que já fez 41.190 mortos no país.
© Reuters
Mundo Covid-19
As declarações de Andrés Manuel López Obrador surgiram um dia depois de o secretário do Tesouro daquele país ter defendido o uso de máscara para travar a progressão da doença e reativar a economia, com o Presidente mexicano a considerar que isso seria "desproporcionado".
"Se a máscara fosse uma opção para a reativação da economia, passaria a usá-la imediatamente", disse López Obrador, citado pela agência de notícias Associated Press (AP). "Mas não é assim. Eu sigo as recomendações dos médicos, dos cientistas", acrescentou o governante, de 66 anos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda no entanto o uso de máscara como uma das medidas para travar a propagação da pandemia do novo coronavírus.
O Presidente mexicano nunca foi visto com máscara em público, à exceção de quando se encontrou com o seu homólogo norte-americano nos Estados Unidos, Donald Trump, no início deste mês.
Obrador criticou ainda a imprensa por destacar o elevado número de mortos em países com governantes que não usam máscara, incluindo o México, Estados Unidos e Brasil.
Na terça-feira, o secretário do Tesouro mexicano, Arturo Herrera - ele próprio infetado com covid-19, entretanto recuperado -, defendeu num encontro virtual com empresários que os países que adotaram maiores precauções na reabertura da economia têm sido mais bem sucedidos do que países menos cuidadosos, obrigados a decretar novo confinamento.
O México já ultrapassou os 41 mil mortos desde o primeiro caso no país, em 28 de fevereiro, tendo registado 790 óbitos só nas últimas 24 horas, indicou o Ministério da Saúde mexicano.
O país é o quarto no mundo com o maior número de mortes provocadas pela doença, depois dos Estados, Brasil e Reino Unido.
Na quarta-feira, as autoridades de saúde mexicanas informaram que a covid-19 é agora a principal causa de morte entre mulheres grávidas, sendo responsável por 19% dos óbitos.
O México registou ainda 6.019 novos casos da doença nas últimas 24 horas, elevando o total de infeções para 362.274 desde o início da pandemia, mas o país faz tão poucos testes que o número de contágios poderá ser muito superior aos dados oficiais.
Além disso, as autoridades de Saúde mexicanas informaram que há 87.905 casos suspeitos à espera de resultados laboratoriais e 2.402 mortes cuja causa não pôde ainda ser estabelecida.
A cidade do México e os estados do México, Baixa Califórnia, Veracruz e Puebla concentram a maioria dos óbitos, representando mais de metade (51,3 %) do total de mortes no país.
Só a capital mexicana contabiliza 20,5% das vítimas mortais da covid-19 desde o início da pandemia, com 8.440 mortos.
O México está na oitava semana da chamada "nova normalidade", que funciona com base num semáforo epidemiológico a quatro cores, a partir do qual são reguladas as atividades económicas e de convivência em cada um dos 32 estados do país.
Em 18 estados está a ser aplicado o vermelho, de risco epidémico máximo, e em 14 o laranja, considerado de alto risco. Ainda nenhum estado foi declarado amarelo (risco médio) ou verde (risco baixo).
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 617.500 mortos e infetou mais de 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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