A candidata da oposição, Svetlana Tikhanovskaia, que surpreendentemente mobilizou multidões durante a campanha, apelou aos bielorrussos para não aderirem ao voto antecipado que decorreu de terça-feira a sábado, optando por votar em massa hoje para evitar o risco de fraudes.
Tikhanovskaia considerou que, desta forma, se torna difícil falsificar os boletins de voto.
Ao longo de todo o dia de hoje, grande parte das assembleias de voto apresentaram filas impressionantes de eleitores, o mesmo acontecendo na embaixada da Bielorrússia em Moscovo.
A diretora da Comissão Eleitoral bielorrussa, Lidia Ermochina, acusou o "eleitorado contestatário" de ocupar demoradamente as cabines de voto, mesmo quando as assembleias eleitorais estavam repletas.
"É uma verdadeira sabotagem, uma provocação organizada. É isso que está a provocar as longas filas", sublinhou Ermochina, em declarações divulgadas pela televisão estatal e pouco mais de três horas do encerramento das urnas, às 20:00 locais (18:00 em Portugal).
Mulher de Serguei Tikhanovski, um 'blogger' que se quis candidatar às presidenciais e que está preso desde maio, Svetlana Tikhanoskaia conta com o apoio de outras mulheres, como a mulher de Valeri Tsepkalo, cuja candidatura a estas eleições foi rejeitada e que se exilou, e Maria Kolesnikova, ex-diretora de campanha do candidato Viktor Babariko, também detido.
A candidata, que se apresenta contra o Presidente cessante, Alexander Lukashenko, há 26 anos no poder, pediu ainda aos bielorrussos para não recorrerem à violência após o encerramento das urnas.
Segundo as autoridades eleitorais, mais de 65% dos bielorrussos tinha votado até às 14:00 locais (12:00 em Lisboa), estando inscritos quase sete milhões de eleitores.
Além da ausência de observadores ocidentais, a oposição denunciou hoje o bloqueio da Internet, que os críticos de Lukachenko dizem visar evitar uma contagem paralela dos votos e a mobilização dos opositores através das redes sociais.