"Vou convocar uma reunião extraordinária dos membros do Conselho Europeu para esta quarta-feira às 12h00 [11h00 em Lisboa] para discutir a situação na Bielorrússia", escreveu hoje na rede social Twitter o presidente da estrutura que junta chefes de Governo e de Estado da UE.
Charles Michel sublinhou que "o povo da Bielorrússia tem o direito de decidir sobre o seu futuro e eleger livremente o seu líder", adiantando que "a violência contra os manifestantes é inaceitável e não pode ser permitida".
I will call a meeting of the members of the European Council this Wednesday 12h00 to discuss the situation in #BelarusThe people of Belarus have the right to decide on their future and freely elect their leaderViolence against protesters is unacceptable and cannot be allowed
— Charles Michel (@eucopresident) August 17, 2020
Desde há uma semana que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexander Lukashenko, que muitos, incluindo a UE, consideram fraudulenta.
No poder há 26 anos, Alexander Lukashenko obteve, segundo a Comissão Eleitoral Central do país, mais de 80% dos votos no dia 09 de agosto, conquistando o seu sexto mandato.
Desde então, mais de 6.700 pessoas foram presas durante ações de protesto e centenas dos já libertados relataram cenas de tortura sofridas na prisão.
Em resposta ao agravamento da crise, a UE acordou na sexta-feira impor sanções contra as autoridades bielorrussas ligadas à repressão e à fraude eleitoral.
No domingo, realizou-se um dos maiores protestos da oposição na história da Bielorrússia, com várias dezenas de milhares de pessoas em Minsk para exigir a saída do chefe de Estado, mas o Presidente já rejeitou a possibilidade de realizar novas eleições presidenciais.
A candidata da oposição à presidência, Svetlana Tikhanovskaya, que está refugiada na Lituânia, disse hoje que estava pronta para liderar o país, referindo que não "queria ser política", mas que "o destino decretou que estaria na linha da frente diante da arbitrariedade e da injustiça".
Svetlana Tikhanovskaïa referiu-se à votação como uma fraude, depois de a Comissão Eleitoral lhe ter atribuído 10% dos votos.