"Recordaremos sempre que foi o soldado soviético que esmagou este mal terrível e total, conquistando a vitória cuja grandeza permanecerá para sempre na história mundial", afirmou Putin, numa mensagem publicada pelo Kremlin.
O presidente russo não participará nas cerimónias na Polónia que assinalam os 80 anos de libertação dos campos de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau pelos soldados soviéticos.
O Dia Internacional em Memória do Holocausto é uma data de "grande importância moral", afirmou Putin numa mensagem divulgada pelo Kremlin.
"Os cidadãos russos são descendentes e sucessores diretos da geração de vencedores", disse o líder russo.
O chefe de Estado russo assegurou que o seu país se opõe às "tentativas de reescrever o juízo legal e moral que foi pronunciado contra os carrascos nazis e os seus cúmplices".
"Tudo faremos para defender o direito dos povos à identidade étnica, linguística e espiritual, e para impedir a propagação do antissemitismo, da russofobia e de outras ideologias racistas", insistiu Vladimir Putin.
As autoridades russas apresentam o conflito na Ucrânia como uma guerra existencial, no mesmo sentido da que foi travada pela URSS contra a Alemanha nazi.
Vladimir Putin, por exemplo, justificou a sua ofensiva na Ucrânia em fevereiro de 2022 pela necessidade de "desnazificar" esta antiga República soviética. A memória da Segunda Guerra Mundial é assim destacada com o objetivo de exaltar os valores patrióticos e militares do seu país.
Na Polónia, cerca de 60 líderes e outros representantes internacionais vão reunir-se hoje para celebrar a libertação dos campos de concentração e extermínio de Auschwitz-Birkenau, mas Vladimir Putin será um dos notáveis ausentes.
Espera-se que participem o rei britânico, Carlos III, e o presidente francês Emmanuel Macron, assim como o chanceler e o presidente da Alemanha, Olaf Scholz e Frank-Walter Steinmeier.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já anunciou que está na Polónia para participar nas cerimónias.
A Rússia já tinha estado ausente das cerimónias do 80.º aniversário do desembarque em França, em junho de 2024.
A URSS, aliada à Grã-Bretanha e aos Estados Unidos contra a Alemanha nazi, sofreu as maiores perdas humanas da II Guerra Mundial, com pelo menos 20 milhões de mortos.
Estima-se que 1,1 milhões de pessoas tenham perdido a vida em Auschwitz, a maioria das quais judeus. No total, estima-se que cerca de seis milhões de judeus foram mortos durante a II Guerra Mundial pelos nazis.
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