A audiência, que decorre num tribunal criminal de Londres, acontece depois de, a 17 de março passado, Hashem Abedi ter sido dado como culpado da morte de 22 pessoas num atentado reivindicado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).
O irmão, Salman Abedi, foi quem se fez explodir e morreu no atentado.
Abedi, que foi também considerado culpado nas acusações de tentativa de homicídio e de conspiração para colocar em perigo a vida de outra pessoa, não arrisca a pena máxima, uma vez que tinha menos de 21 anos na altura dos factos, mas, ainda assim, enfrenta várias penas de prisão que nunca poderão ser inferiores a 30 anos.
O jovem, atualmente com 23 anos, não assistiu à parte final do seu julgamento, nem esteve presente da sala de audiências do Tribunal Criminal de Old Bailey, em Londres.
O juiz, Jeremy Baker, explicou que Abedi se encontrava no interior do edifício, mas que recusou entrar na sala de audiências, tendo sido representado por um advogado.
Salman Abedi fez-se explodir com uma bomba a 22 de maio de 2017, em Manchester (norte de Inglaterra), à saída de uma sala de espetáculos com capacidade para acolher cerca de 21.000 pessoas, onde tinha atuado a cantora norte-americana Ariana Grande. A maioria das vítimas era adolescente.
Hoje, na sala do tribunal estiveram presentes vários familiares de vítimas, enquanto amigos próximos dos que morreram e alguns sobreviventes seguiram a audiência através de videoconferência.
Na altura do atentado, Hashem Abedi encontrava-se na Líbia, país natal, para onde partiu cerca de um mês antes do atentado.
Hashem Abedi acabaria por ser detido a 17 de julho de 2019 à sua chegada a Londres, após ter sido extraditado pelas autoridades judiciais líbias.
Além das 22 mortes, o atentado provocou também "237 feridos fisicamente", 28 deles com "muita gravidade", sublinhou o procurador Duncan Penny no decurso da sessão de hoje, tendo outras 670 ficado "traumatizadas psicologicamente".
Para Duncan Penny, Hashem Abedi "é tão culpado como o irmão".