"Esta é uma questão pertinente e vou levar o assunto ao Conselho de Ministros", disse Adaljiza Magno em declarações à Lusa.
"Sei que o atual avião do Programa Alimentar Mundial não é suficiente para todos nos podermos deslocar, para entrar e sair. Mas o Governo tem de continuar a atuar para tentar travar o contágio da covid-19 na comunidade", frisou.
Adaljiza Magno notou que o país tem recursos limitados, especialmente infraestruturas de quarentena para acolher um grande número de pessoas que cheguem ao país, motivo pelo qual mantém restrições nas fronteiras.
"Mas esta é uma questão pertinente e que tem que ser resolvida", disse.
Timor-Leste está sem voos comerciais desde final de março, com as viagens de e para a ilha a serem bastante limitadas.
O único país que está a conseguir que os seus cidadãos entram e saiam de forma mais regular é a Austrália, mediante um acordo do Governo com a companhia AirNorth, que faz voos entre Díli e Darwin.
Restrições na Austrália e em Timor-Leste tornam praticamente impossível o uso desses voos por cidadãos de outros países.
O país teve até ao momento apenas alguns voos 'charter' para repatriamento dos seus cidadãos, incluindo um de Portugal em abril, um este mês de timorenses para Díli e outros de outros países, incluindo os Estados Unidos.
Além disso, o único voo regular é o operado quinzenalmente pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), cujo acesso está limitado a funcionários de missões internacionais, agências das Nações e organizações não-governamentais.
Um cenário que não abrange cidadãos sem ligações a estas estruturas que estão impossibilitados de sair ou que saíram no início da pandemia de covid-19 e não conseguem voltar.
Em julho a Autoridade de Aviação Civil de Timor-Leste (AACTL) informou que os voos comerciais, regulares ou charters, de e para Díli vão continuar suspensos por tempo indefinido.
O facto da suspensão de outros voos se manter, por tempo indefinido, levou a AirTimor a anunciar o cancelamento de um voo 'charter' projetado entre Kuala Lumpur e Díli, previsto para 01 de agosto.
Eugene Ong, da Air Timor, disse que o voo tinha suscitado "bastante interesse" de passageiros nos dois sentidos, e que a empresa continua "disponível e interessada" em que se possa realizar assim que for possível.
Cidadãos portugueses e de outras nacionalidades que terminaram os seus contratos em Timor-Leste há vários meses, ouvidos pela Lusa, dizem não conseguir sair do país, tendo-lhes sido recusados pedidos para recorrer ao voo do PAM.
Outros que querem sair definitivamente do país e têm trabalho noutro país -- onde têm de se apresentar -- ou que necessitam de fazer tratamentos médicos e até turistas -- incluindo duas cidadãs suíças -- retidos há vários meses no país, estão na mesma situação.
No sentido inverso há cidadãos de vários países que residem e trabalham em Díli, que saíram entre fevereiro e abril e que desde aí não conseguiram forma de voltar, incluindo responsáveis de várias empresas, algumas de grande dimensão.
Timor-Leste tem atualmente um caso ativo de covid-19, com um total de 25 pacientes recuperados desde o início da pandemia.