"A sua vida parece estar em sério perigo", sublinhou Michelle Bachelet, segundo a agência France-Presse (AFP), numa declaração.
A comissária apelou também a uma investigação imparcial por parte das autoridades da República Democrática do Congo (RDCongo) sobre as ameaças contra o célebre ginecologista congolês, a quem foi atribuído o Nobel pelos seus cuidados às mulheres vítimas de violação no leste da RDCongo, e pediu uma "ação rápida" para levar os autores das ameaças perante a justiça.
"É essencial que os responsáveis sejam levados à justiça e que a verdade seja conhecida, tanto para proteger a vida de Mukwege, como também para dissuadir aqueles que atacam, ameaçam ou intimidam o pessoal médico e os defensores dos direitos humanos que, como ele, trabalham para o bem-estar do povo congolês, muitas vezes em circunstâncias excecionalmente difíceis", disse Bachelet.
No final de julho, Denis Mukwege denunciou ameaças e intimidações contra si próprio e contra os seus familiares recebidas a partir da rede social Twitter dias depois de ter denunciado um novo massacre de civis na província do Kivu Sul (leste).
O Governo congolês entretanto a 22 de agosto a abertura de investigações e a implementação de medidas para garantir a segurança de Mukwege.
"Saúdo o empenho público do Presidente [da RDCongo, Félix] Tshisekedi em garantir a sua segurança, e espero que Denis Mukwege e a sua equipa recebam total proteção das autoridades congolesas para que o trabalho vital que fazem, dia após dia, no hospital de Panzi possa ser garantido", salientou a Alta Comissária.
"O Dr. Mukwege é um verdadeiro herói: determinado, corajoso e extremamente eficaz", considerou Bachelet.
Mukwege escapou de um ataque à sua casa em outubro de 2012, no qual o seu segurança foi morto pelos assaltantes.