Guaidó denuncia à UE "condições inaceitáveis" das eleições de dezembro

O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó denunciou hoje junto da União Europeia (UE) as "condições inaceitáveis" das eleições parlamentares de 06 de dezembro, numa nota enviada ao Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros.

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© Reuters

Lusa
05/09/2020 23:29 ‧ 05/09/2020 por Lusa

Mundo

Venezuela

"O ato eleitoral convocado pela ditadura de Nicolás Maduro para o próximo dia 06 de dezembro deste ano não cumpre as condições mínimas para que seja livre e inclusivo, por isso rejeitamos essa farsa", disse Guaidó numa nota dirigida ao Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

Na mesma nota, Juan Guaidó informou que os 27 partidos da oposição disseram que não vão concorrer às eleições.

"As condições eleitorais inaceitáveis permanecem iguais (às quais queriam passar verniz para disfarçar a fraude eleitoral em curso)", continuou Guaidó, que é reconhecido por 50 países como Presidente interino da Venezuela.

A carta que Guaidó enviou a Borrell é também uma resposta ao convite feito pelo Governo de Nicolás Maduro à UE e às Nações Unidas (ONU) para participarem como observadores nas eleições legislativas.

As eleições de 06 de dezembro geraram ampla rejeição em muitos setores da oposição venezuelana devido à suposta falta de garantias, o que os levou a classificar essas eleições como "uma fraude".

Entre as causas de contestação está a nomeação do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) e não pelo Parlamento, com notável maioria da oposição, que é quem o deve fazer, segundo a Constituição.

O TSJ, entidade cuja legitimidade é negada pela oposição devido ao processo de nomeação dos seus magistrados, que têm manifesta simpatia pelo regime do Presidente Nicolas Maduro nomeou os reitores da CNE, considerando que a Assembleia Nacional (AN, Parlamento) tinha omitido as suas funções.

Na sexta-feira, segundo a agencia espanhola EFE, o Governo espanhol disse acreditar "sem dúvida" que, de momento, não há condições para se realizarem as eleições de 06 de dezembro na Venezuela.

Neste sentido, o Governo espanhol manteve a sua posição, à semelhança da União Europeia, de que estas eleições não deveriam ter lugar nas atuais circunstâncias.

 

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