Empresas assinam acordo para garantir rigor na produção de vacinas

Nove empresas envolvidas na busca de vacinas contra a covid-19 assinaram hoje um acordo para respeitarem o maior rigor científico, resposta implícita às preocupações nos EUA sobre eventuais pressões de Trump para uma autorização da vacina antes das eleições.

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Lusa
08/09/2020 17:13 ‧ 08/09/2020 por Lusa

Mundo

Covid-19

 

"Nós, as empresas biofarmacêuticas signatárias, assumimos o compromisso de continuar a desenvolver e a testar potenciais vacinas contra a covid-19 no respeito por elevadas normas éticas e princípios científicos rigorosos", declararam em comunicado conjunto os diretores gerais das farmacêuticas AstraZeneca, BioNTech, GlaxoSmithKline, Johnson & Johnson, Merck Sharp & Dohme, Moderna, Novavax, Pfizer e Sanofi.

As empresas comprometem-se, nomeadamente, a "apenas submeter um pedido de autorização, ou autorização de urgência, depois de demonstrada a segurança e eficácia da vacina no quadro de um ensaio clínico de fase 3, concebido e realizado de acordo com as condições fixadas pelas autoridades reguladoras, tais como a FDA", a Agência Americana de Medicamentos.

É a FDA que concentra as preocupações de vários peritos e antigos responsáveis sanitários nos Estados Unidos, após ter autorizado para uso de emergência, apesar da falta de provas rigorosas, dois tratamentos contra a covid-19, a hidroxicloroquina (autorização posteriormente revogada) e o plasma sanguíneo de doentes recuperados, ambos apregoados como soluções pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nos últimos dias, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou Trump de "minar a confiança do povo", ao evocar regularmente a eventualidade de haver uma vacina antes da eleição presidencial de 03 de novembro.

O chefe da FDA, por seu lado, garantiu um processo puramente científico para avaliar a eficácia de uma vacina.

Nos Estados Unidos, comités de peritos independentes supervisionam os ensaios clínicos, que estão bastante avançados no país para as vacinas da Moderna e da Pfizer e para os quais as autoridades querem que esteja operacional um sistema de distribuição até 01 de novembro.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortes e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.846 pessoas das 60.895 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

 

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