Mãe pediu ajuda para levar filho autista ao hospital. Polícia baleou-o
Mãe ia trabalhar pela primeira vez após a pandemia e o filho teve uma crise. Chamou o 911 (equivalente ao 112), chegou a polícia e o rapaz acabou baleado.
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Mundo Violência policial
Um rapaz de 13 anos de idade está internado em estado grave depois de ter sido baleado pela polícia de Glendale, no estado do Utah, na passada sexta-feira. Lindon Cameron sofreu ferimentos no ombro, nos tornozelos, nos intestinos e na bexiga, de acordo com declarações da mãe, Golda Barton.
A progenitora ligou para os serviços de urgência para pedir uma equipa de intervenção de crise por causa do filho, que sofre de síndrome de Asperger, uma doença do espetro do autismo que pode resultar em convulsões comportamentais sérias. Naquele dia, o rapaz não se queria separar da mãe, que ia trabalhar pela primeira vez após a pandemia, e entrou numa crise de ansiedade. Golda Barton esperava que as autoridades chegassem e "ajudassem a acalmar a situação com o mínimo uso de força possível", relata a BBC.
Golda explicou aos agentes que chegaram à residência que o filho precisava de ser levado para o hospital mas não tardaram cinco minutos com o rapaz para que um dos agentes começasse a gritar: "Deita-te no chão". Ouviu depois vários disparos e depois um agente disse-lhe que o filho estava morto, algo que não se comprovou. Conforme referenciado acima, o jovem continua internado em estado grave.
"Eu disse-lhes que ele estava desarmado, que ele não tinha nada com ele, ele só fica alterado e começa a gritar. É um miúdo, está a chamar a atenção, ele não se consegue controlar", disse a mulher.
Keith Horrocks, sargento da polícia de Salt Lake City, disse no sábado, durante uma conferência de imprensa que os agentes responderam a um alerta para "um jovem que estava a ter uma descompensação mental, que fez ameaças a algumas pessoas com uma arma". Horrocks disse ainda que o rapaz fugiu dos agentes antes de ser baleado e que não se confirmou a presença de uma arma. O incidente vai ser investigado.
A mayor de Salt Lake City, Erin Mendenhall, indicou no mesmo dia que, ainda que o caso esteja em fase de investigação, agradece "por o jovem estar vivo". "Sejam quais forem as circunstâncias, o que aconteceu na sexta-feira é uma tragédia e espero que esta investigação seja conduzida rapidamente e de forma transparente, para bem de todos os envolvidos", disse a autarca.
Este caso vem agudizar as críticas às autoridades norte-americanas, no âmbito de uma onda de protestos contra a violência policial, seja de caráter racista ou por falta de preparação para lidar com casos de saúde mental, recorrendo por demasiadas vezes às armas de fogo.
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