O vice-ministro de Transporte Terrestre, Cláudio Farias, precisou que só depois é que vão ser suspensas as restrições aos voos internacionais e que a Venezuela prevê também abrir os espaços aquáticos do país.
Cláudio Farias, em declarações à Unión Rádio, explicou que o transporte interurbano estava paralisado por ser de alto risco na propagação do coronavírus e que a reabertura das operações aéreas teria um esquema parecido ao do transporte terrestre de passageiros.
"Nós, ao abrir os terminais, não estaremos a abri-los para os destinos mais longínquos, mas sim para os mais próximos, porque ainda temos uma situação muito delicada na fronteira (com a Colômbia)", disse.
Em 29 de agosto último, o principal aeroporto da Venezuela, Simón Bolívar de Maiquetía, anunciou que está a adequar os seus espaços para cumprir os protocolos de biossegurança, para a reabertura controlada.
"O principal aeroporto da Venezuela [a 25 quilómetros a norte de Caracas, capital do país] iniciou a preparação dos terminais aéreos, nacional e internacional e de aviação geral, assim como o edifício administrativo, para dar cumprimento às instruções emanadas dos órgãos reguladores nacionais e internacionais do setor aéreo", explicou em comunicado.
Segundo o documento, estão a ser instalados "equipamentos de biossegurança nos terminais aéreos, túneis de desinfeção, avisos e sinalização, para garantir a segurança e o ótimo funcionamento das operações aéreas, salvaguardando a saúde dos utilizadores e do pessoal que trabalha nas suas instalações".
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 56.751 casos de infeção pela covid-19 e 452 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão também dados como recuperados 45.318 pacientes.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar "decisões drásticas" para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 904 mil mortos e quase 28 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.