"Há também esta questão nova da pandemia que vem alterar um bocado as condições nomeadamente da cooperação e temos que ter imaginação para ultrapassar estas condicionantes", afirmou Gaspar da Silva.
O diplomata lamentou que por causa da pandemia de covid-19 as missões médicas que se deslocavam a São Tomé, no âmbito do Programa Saúde para Todos, já "não têm vindo", defendendo que a forma de ultrapassar as "condicionantes da pandemia" que "afeta a todos" é a realização de diagnósticos à distancia e a telemedicina.
O embaixador português considerou a resolução do problema da atribuição de vistos como uma "coisa que ficou por fazer" no âmbito da sua missão de quatro anos.
"Há muitos pedidos de vistos, a embaixada já está a trabalhar nisso, espero que para semana seja iniciada a possibilidade de agendamento eletrónico que chamamos e-Visa, através do qual todo o processo poderá ser mais transparente e mais célere", explicou o diplomata.
Em 10 de junho do ano passado, Luís Gaspar da Silva havia anunciado a abertura do centro comum de vistos para o primeiro semestre deste ano, o que não veio a acontecer.
O diplomata português fez, contudo, um balaço "positivo" dos quatro anos em que exerceu as funções de embaixador na capital são-tomense.
"Fazendo um balanço destes quatro anos, eu diria que foram positivos, nomeadamente em termos de cooperação, porque pudemos aprofundar a relação entre os dois países", disse Luís Gaspar da Silva, que foi hoje recebido pelo Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, numa audiência de despedida.
Luís Gaspar da Silva sublinhou que as relações entre São Tomé e Lisboa aprofundaram-se de "forma muito significativa", tendo sublinhado as visitas dos Presidentes português, Marcelo Rebelo de Sousa, a São Tomé e Príncipe, e de Evaristo Carvalho a Portugal.
"Realizaram-se visitas do Presidente português a São Tomé e do Presidente são-tomense a Portugal, enfim, as relações aprofundaram-se de forma muito significativa", referiu o diplomata português, que será recebido na quinta-feira pelo presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves.
"Foi uma honra e um grande prazer cumprir esta missão em São Tomé e Príncipe, porque tenho uma ligação especial a esta terra onde já estive há 25 anos", disse Luís Gaspar da Silva.
De acordo com o Ministério da Saúde, nas últimas 24 horas São Tomé e Príncipe não registou qualquer caso positivo do novo coronavírus, mantendo-se as infeções acumuladas em 908 e os 15 mortos.
Os doentes recuperados são agora 880, não existem pacientes internados no hospital de campanha, havendo 13 cidadãos em isolamento domiciliar com casos positivos de covid-19.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 971.677 mortos e mais de 31,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.928 pessoas dos 70.465 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.