Numa declaração publicada na rede social Twitter, o conselheiro do Presidente do Azerbaijão, Hikmet Hajiyev, sublinha que o país "condena veementemente o novo ato de agressão da Arménia".
Acusando as forças armadas da Arménia de terem "violado hoje o cessar-fogo" entre os dois países, Hikmet Hajiyev fala num "bombardeamento [que afetou] áreas densamente povoadas por civis".
"Há relatos de mortos e de feridos entre os civis e os miliares", adianta o responsável, atribuindo "a responsabilidade" ao bloco arménio, por ter "deliberadamente atacado áreas residenciais".
President Ilham Aliyev appealed to Azerbaijani People in an immediate aftermath of Armenia's aggression. pic.twitter.com/6DGnrUKuI5
— Hikmet Hajiyev (@HikmetHajiyev) September 27, 2020
Já o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, fez através da sua conta no Facebook um apelo à "mobilização militar geral", exortando "o pessoal ligado às forças armadas a apresentar-se nas suas comissões militares territoriais".
Horas antes, noutra rede social, no Twitter, Nikol Pashinian denunciou a ofensiva do Azerbaijão "com ataques aéreos e de mísseis".
Anunciando o abate de "dois helicópteros e de três 'drones', destruindo três tanques" do Azerbaijão, Nikol Pashinian assegurou que o exército arménio tudo fará para proteger "a pátria da invasão".
Apesar de o conflito ter terminado em 1994 e de ter sido sucedido de um cessar-fogo, as tensões na região separatista de Nagorno-Karabakh permaneceram ao longo dos anos, tendo hoje subido de tom, com as partes a trocarem acusações sobre quem iniciou as hostilidades.
Nagorno-Karabakh é um enclave etnicamente arménio dentro do Azerbaijão, que tem estado fora do domínio deste último país desde o fim da guerra em 1994.
Ambos os lados têm uma forte presença militar ao longo de uma zona desmilitarizada que separa a região do resto do Azerbaijão.
O conflito Arménio-Azerbaijão data dos tempos soviéticos, quando em finais dos anos 80 a população do território do Azerbaijão de Nagorno-Karabakh, povoado maioritariamente por arménios, pediu para este ser incorporado na vizinha Arménia.
Foi este o mote para a guerra, que durou vários anos e casou cerca de 25 mil mortos.
No final, as forças arménias assumiram o controlo de Karabakh.
O Azerbaijão defende que a solução do conflito com a Arménia envolve necessariamente a libertação dos territórios ocupados, uma exigência que tem sido apoiada por várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
A Arménia, por seu lado, apoia o direito à autodeterminação de Nagorno-Karabakh, defendendo a participação dos representantes do território separatista nas negociações para a resolução do conflito.