Covid-19: Professores no Zimbabué em greve no regresso às aulas

Os professores no Zimbabué recusaram-se hoje a regressar ao trabalho, pedindo melhores salários, num dia marcado pelo regresso às aulas, depois de seis meses de suspensão devido à pandemia de covid-19.

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Lusa
28/09/2020 16:08 ‧ 28/09/2020 por Lusa

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Pandemia

 

"A maioria dos professores, mais de 90%, ainda não apareceram. Não têm dinheiro para ir para os seus empregos", afirmou Takavafira Zhou, presidente do Sindicato Progressista dos Professores do Zimbabué, associação de docentes que conta com 42 mil membros, citado pela agência noticiosa Efe.

Zhou, que reforçou um boicote no regresso às aulas, argumentou que muitos professores não têm capacidade financeira para pagar as propinas dos seus filhos, pelo que seria "chocante para eles deixarem os seus próprios filhos em casa e terem de ir ensinar os filhos de outras pessoas".

Muitas escolas do país não reabriram, com alguns diretores a rejeitarem o apelo de um regresso às aulas emitido pelo Governo do Zimbabué.

De acordo com o secretário-geral do mesmo sindicato, Raymond Majongwe, citado pela agência France-Presse, os professores estão a lutar "para sobreviver", depois de terem passado para um salário mensal equivalente a 500 euros, há dois anos, mas que agora, após câmbio, se situa abaixo dos 35 euros por mês, devido à elevada inflação.

"Isto é insultuoso. Os professores perderam a sua posição na sociedade. É uma maldição ser professor", assinalou o sindicalista.

Durante o dia de hoje estava prevista a realização dos exames de fim de ano.

Os restantes alunos deverão regressar às aulas durante as próximas seis semanas.

O Governo do Zimbabué, através de esforços conjuntos com as Nações Unidas, tentou emitir aulas através da rádio e da televisão, mas a aprendizagem tem sido afetada pela pandemia, que no país provocou 7.812 infetados e 75 mortos desde março.

Em África, há 35.440 mortos confirmados em mais de 1,4 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de um milhão de mortos e mais de 33,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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