Os dois ministros estão em Bratislava, capital da Eslováquia, para participar no Fórum Global sobre Segurança e Assuntos Europeus, que a Organização Não Governamental Globsec organiza anualmente naquela cidade, mas reuniram-se à margem da conferência.
O turco Mevlut Cavusoglu e o grego Nikos Dendias discutiram "questões bilaterais e regionais", segundo a imprensa turca, sem avançar pormenores.
No entanto, uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros grego, citada pela agência Ana, afirmou que Dendias transmitiu ao seu homólogo turco que Atenas se opõe à reabertura da costa da cidade-fantasma de Varosha, na zona norte da região da ilha do Chipre ocupada pela Turquia.
A reabertura parcial de Varosha, um dos símbolos da divisão da ilha, anunciada na terça-feira pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e pelo "primeiro-ministro" da autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, Ersin Tatar, constitui um novo tema de litígio entre os dois países, que pode reanimar as tensões entre Atenas e Ancara.
A Grécia e a Turquia, ambos membros da NATO, têm vivido, desde a primavera, um duro confronto diplomático, que envolveu mesmo ameaças mútuas com navios de guerra, devido à atividade de navios-sonda turcos para exploração de depósitos de hidrocarbonetos em áreas do Mediterrâneo que os dois países reivindicam como zona económica exclusiva.
Depois de algumas demonstrações de força e declarações marciais em agosto, Ancara e Atenas concordaram, em setembro, retomar "conversas exploratórias", tendo, na semana passada, sido alcançado um acordo, sob a égide da NATO, para a adoção de um mecanismo de redução da escalada do conflito, que inclui uma linha direta aberta 24 horas por dia para evitar mal-entendidos que possam levar a confrontos militares.
A questão das águas territoriais do Chipre faz parte das tensões entre os dois países, que dividem influências na ilha mediterrânica.
Os dirigentes da União Europeia, reunidos na sexta-feira em Bruxelas, enviaram à Turquia uma mensagem na qual ameaçavam com sanções caso aquele país não interrompesse as perfurações, considerada ilegais, nas águas territoriais do Chipre.
O navio turco de prospeção de hidrocarbonetos acabou por sair da costa do Chipre para retornar à Turquia, um gesto que foi interpretado pelas partes como um sinal de vontade de acalmar a tensão.