"O meu ministro da Saúde já disse claramente que não será obrigatória esta vacina e ponto final", afirmou Bolsonaro, em declarações a apoiantes em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do chefe de Estado brasileiro, em Brasília.
"Depois de aprovada pelo Ministério da Saúde e com comprovação científica e, assim mesmo, ela [vacina] tem de ser validada pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], daí nós ofereceremos ao Brasil, de forma gratuita, obviamente. Mas repito, não será obrigatória", acrescentou o Presidente brasileiro.
A declaração de Bolsonaro surge em resposta ao governador de São Paulo, João Doria, que disse que a aplicação do imunizante contra o novo coronavírus será obrigatória neste estado, exceto para pessoas com algum problema de saúde que impeça a vacinação.
Hoje, Doria e a sua equipa vão divulgar os resultados preliminares sobre a segurança da Coronavac, uma vacina em fase de desenvolvimento que foi criada pelo laboratório chinês Sinovac e que está a ser testada no país numa parceria com o Instituto Butantan, órgão de pesquisa ligado ao governo 'paulista'.
O estado de São Paulo já comprou 60 milhões de doses da Coroavac e se o imunizante tiver eficácia e segurança comprovadas, o Instituto Butantan deverá fabricá-lo no país.
Já o Ministério da Saúde brasileiro firmou um contrato com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca para testagem de outra vacina, prevendo a compra de 100 milhões de doses desta outra vacina.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,2 milhões de casos e 153.905 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.