O Tribunal de Apelo do Segundo Circuito, em Manhattan, divulgou a sua decisão dentro de um conjunto de ordens sobre os depoimentos de Ghislaine Maxwell, em 2016.
Os seus advogados recorreram da decisão de um juiz, em julho, que autorizava a divulgação das transcrições de dois depoimentos, nos quais ela respondia a perguntas antes de o processo ter sido estabelecido.
O juiz considerou que existia a presunção de acesso público aos materiais dos depoimentos.
Um painel de três juízes, que ouviu os argumentos na semana passada, entendeu que os argumentos apresentados por Maxwell, em defesa da confidencialidade do seu testemunho, não tinham mérito.
Maxwell, de 58 anos, deve começar a ser julgada em julho, sob acusações de ajudar a recrutar raparigas, incluindo uma com 14 anos, para Epstein as abusar, nos anos de 1990. Declarou-se não culpada e tem estado na prisão sem caução, desde a sua detenção em julho. Se for condenada, arrisca uma pena de prisão de até 35 anos.
Epstein suicidou-se em uma prisão federal, no ano passado, enquanto aguardava julgamento, acusado de tráfico sexual.
Um advogado de Maxwell argumentou que os depoimentos não deveriam ser tornados públicos, porque são provas no processo crime apresentado contra ela.
Os depoimentos foram prestados em abril e julho de 2016, em um processo civil promovido por uma das acusadoras de Epstein, Virginia Giuffre.
Os advogados de Maxwell afirmaram que os testemunhos deveriam permanecer secretos, porque formam a base das acusações de perjúrio no processo contra Maxwell.
Foi ordenada a disponibilização ao público de excertos de sete horas de depoimentos, bem como cerca de duas mil páginas de outros documentos.
Sigrid McCawley, uma advogada de Giuffre, considerou, em comunicado, que a decisão do painel de juízes foi "um importante passo para demonstrar o interesse público em compreender a dimensão e escala do círculo de tráfico sexual de Epstein e os esforços para o esconder".