A detenção foi anunciada pelo procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, durante uma conferência de imprensa em Caracas, precisando que o alerta vermelho da Interpol estava justificado "por delitos cometidos em França, de maneira reiterada".
O procurador explicou que as autoridades detiveram também a mulher do narcotraficante, Carmen Rosa Gamboa, e que, "ao pior estilo dos carteis de droga colombianos ou mexicanos", ambos "eram extorquidos pela polícia [venezuelana], mas desfrutaram da proteção" de alguns agentes das forças de segurança pública.
As detenções, explicou, tiveram lugar a 16 de outubro, depois de o narcotraficante ter recorrido ao Ministério Público para denunciar que agentes da polícia lhe exigiam dinheiro e inclusive "detinham arbitrariamente os filhos e trabalhadores, para exigir somas de dinheiro em divisas [moeda estrangeira] pela libertação".
"O curioso é que o alerta vermelho data de 2008, pelo que este indivíduo andou pelas cidades do país, certamente cometendo crimes, durante todo este tempo e não foi preso até que teve o 'tupé' [descaramento] de vir ao Ministério Público", explicou o procurador.
As investigações determinaram que os detidos operavam nos Estados venezuelanos de Sucre e Anzoátegui, a leste de Caracas.
Os detidos são acusados de tráfico ilícito de substâncias estupefacientes e psicotrópicas, tráfico ilícito de armas, legitimação de capitais e associação para cometer delito.
Segundo o Ministério Público venezuelano, Eustácio Cirilo Córdova, foi julgado em 1999 por tráfico internacional de drogas, em França, e condenado a dez anos de prisão, tendo sido libertado em 2004.
Em 2005, um tribunal de Paris declarou-o culpado de transportar grandes quantidades de cocaína desde a América do Sul para a França, através das Antilhas Francesas, tendo sido condenado a 20 anos de prisão.