O pedido foi feito hoje em Atenas pelo primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, ao Presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, que se encontra de visita à Grécia, que coincide com o anúncio turco de novas explorações de hidrocarbonetos e sísmicas em áreas marítimas reclamadas pelas autoridades gregas.
Mitsotakis considerou "emblemático" o acordo assinado em agosto entre a Grécia e o Egito, para a delimitação parcial das respetivas Zonas Económicas exclusivas (ZEE) e assegurou que as discussões com o Cairo vão continuar.
"Ao contrário do comportamento do nosso vizinho, a Turquia, o Mediterrâneo pode ser um mar que une em vez de dividir", defendeu o chefe do executivo grego, que convidou Ancara a "abandonar a agressividade" e "a aceitar as regras de boa vizinhança" que, prosseguiu, "trarão novos benefícios aos povos".
Mitsotakis elogiou, porém, o papel do Egito no controlo da imigração e também no cessar-fogo na Líbia.
Para o primeiro-ministro grego, o Egito é um aliado da Europa no mundo árabe e no continente africano, razão suficiente para que a Grécia defenda ser importante aprofundar as relações com as autoridades egípcias e a União Europeia (UE).
"O Egito é um pilar e um farol para o Islão moderado, para o Islão real, o único", sublinhou.
Al-Sisi, por seu lado, afirmou que o terrorismo "não tem qualquer relação com a religião" e condenou "os insultos a todas as religiões".
Destacando a necessidade de lutar contra o terrorismo internacional, Al-Sisi pediu a imposição de sanções internacionais aos países que o aprovam, sem os nomear.
O Presidente egípcio firmou, porém, que Cairo e Atenas estão de acordo em relação à necessidade de fazer frente, em conjunto, a todos os países que ameacem a paz e a segurança na região.
O primeiro-ministro grego indicou, por outro lado, que os dois países receberam de "forma positiva" um "envolvimento mais decidido" dos Estados Unidos no Médio Oriente e no Mediterrâneo Oriental sob o mandado do Presidente eleito, Joe Biden.
As relações da Grécia e do Egito com a Turquia deterioraram-se por diversas razões, sendo que, uma delas, é a disputa entre Atenas e Ancara de delimitações diferentes das zonas marítimas nos mares Egeu e Mediterrâneo Oriental, enquanto o Egito critica o apoio turco ao grupo islâmico Irmandade Muçulmana, que considera "terrorista".