Jornalista chinesa arrisca 5 anos de prisão por divulgar surto em Wuhan
Zhang Zhan, uma ex-advogada de 37 anos, está há seis meses detida num estabelecimento prisional de Xangai.
© Reprodução
Mundo Wuhan
A jornalista chinesa que está detida desde maio por divulgar informações sobre o surto de Covid-19 em Wuhan, no início da pandemia, poderá enfrentar uma pena de até cinco anos de prisão, depois de ter sido formalmente acusada de espalhar informações falsas, avança o Guardian.
Zhang Zhan, uma ex-advogada de 37 anos de idade, está há seis meses detida num estabelecimento prisional de Xangai e é acusada de "espoletar conflitos e causar problemas", algo que é usado frequentemente pelas autoridades chinesas contra activistas e críticos do regime de Xi Jinping.
A acusação contra a jornalista foi revelada esta segunda-feira e indica que Zhang divulgou "informações falsas por texto, vídeo e outros meios, através de redes sociais como WeChat, Twitter e YouTube". A mulher é ainda acusada de ter "aceitado entrevistas com meios estrangeiros como Free Radio Asia e Epoch Times" onde "especulou maliciosamente sobre a pandemia de Covid-19 em Wuhan".
Por estes motivos, as autoridades chineses recomendam uma sentença de quatro a cinco anos de prisão.
Shanghai Prosecution released indictment, seeking conviction of Zhang Zhan for "picking quarrels instigating trouble" & a 4-5 years jail sentence. Zhang reported on #COVID19 in #Wuhan independently while the Chinese govt censored info & sealed the city. https://t.co/5v9LjSQZlw pic.twitter.com/LJmiiIwVok
— CHRD (@CHRDnet) November 16, 2020
A Chinese Human Rights Defenders (CHRD), uma organização não-governamental de direitos humanos, indicou que as informações reveladas por Zhang incluiam "as detenções de outros jornalistas independentes e a perseguição das famílias das vítimas que procuravam responsabilização" por parte das autoridades de Wuhan, epicentro da pandemia.
A jornalista, recorde-se, foi detida em maio e aguardava a acusação num estabelecimento prisional de Xangai. A CHRD avançou, no início de setembro, que Zhang Zhan tinha iniciado uma greve de fome e que as autoridades a tinham forçado a alimentar-se. O contacto com a jornalista, dizem, é dificultado pelas autoridades chinesas.
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