Senadores dos EUA admitem reduzir proteções legais de Twitter e Facebook
Os dirigentes máximos das empresas de redes sociais Twitter e Facebook foram sujeitos na terça-feira a forte pressão em audiências no Senado, com os republicanos, em particular, a prepararem o terreno para lhes reduzirem as proteções legais.
Mundo EUA
Jack Dorsey, do Twitter, e Mark Zuckerberg, do Facebook, viram os senadores republicanos acusar as suas empresas de enviesamento político e práticas empresariais anticoncorrenciais.
Dorsey e Zuckerberg defenderam, perante a comissão de Justiça do Senado, o uso de salvaguardas contra o uso das suas plataformas para espalhar mentiras e incitar à violência nas eleições disputadas pelo republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden.
Em resposta a preocupações expressas pelos democratas, prometeram uma ação vigorosa continuada nas próximas eleições para dois lugares no Senado, que vão ocorrer no Estado da Geórgia e determinar qual o partido que vai controlar a câmara alta do Congresso norte-americano.
Os senadores republicanos, incluindo o presidente da comissão de Justiça, Lindsey Graham, recuperaram queixas de censura e enviesamento antirepublicano destas plataformas de redes sociais.
Já sobre a desinformação, os republicanos estiveram menos à-vontade, uma vez que muitos ainda se recusam a abandonar as afirmações não sustentadas de Trump sobre irregularidades e fraudes nas eleições.
As ações que Twitter e Facebook empreenderam para combater a desinformação irritaram Trump e os seus apoiantes.
Com diferentes motivos de queixa, mas com um adversário comum, os democratas também pretendem que algumas proteções legais de que estas plataformas têm beneficiado sejam retiradas, em particular as que as protegem de responsabilização legal por aquilo que as pessoas nelas colocam.
Estes senadores focaram as suas preocupações nos discursos de ódio e no incitamento à violência através destas plataformas.
Graham defendeu o caso de o Congresso reduzir a proteção legal das empresas tecnológicas.
"Penso que há preocupações de republicanos e democratas sobre o poder que está a ser usado pelas empresas das redes sociais para nos dizer o que podemos ver e o que não podemos, o que é verdade e o que não é", disse Lindsey Graham.
Republicanos e democratas também estão aliados contra o domínio de mercado por estas empresas, defendendo maior rigor na aplicação das leis 'antitrust', com alguns a pretenderem mesmo o desmantelamento de conglomerados como Facebook e Google.
"As vossas empresas são as mais poderosas do mundo", disse o senador republicano Josh Hawley, eleito pelo Missouri, a Dorsey e Zuckerberg.
"É tempo de agir contra estes barões ladrões dos tempos modernos", continuou Hawley, referindo-se aos magnatas industriais do século XIX que construíram fortunas através do recurso a práticas violentas.
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