O líder da Igreja Ortodoxa Sérvia morreu, na sexta-feira, na sequência do novo coronavírus, três semanas depois de ter realizado o funeral de um bispo infetado com Covid-19, de caixão aberto.
Apesar de não se saber, oficialmente, se o patriarca Irinej contraiu a doença no velório do clérigo Amfilohije, a verdade é que muitos são os que acusam a Igreja Ortodoxa de não estar a cumprir as normas aconselhadas pelas autoridades de saúde para evitar a propagação de contágios.
Conta a Sky News que, apesar da pandemia e deste antecedente, milhares de ortodoxos, entre os quais o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, estiveram presentes, este domingo, nas cerimónias fúnebres do patriarca Irinej, de 90 anos, em Belgrado.
Nas imagens vê-se que os presentes não utilizaram máscaras, nem respeitaram o distanciamento social que evita a transmissão da doença. Há mesmo quem tenha beijado o vidro que cobria o corpo do clérigo, ignorando os apelos feitos pelas autoridades de saúde mundiais e do país.
Na foto em destaque pode mesmo ver Aleksandar Vucic junto ao caixão, sem máscara.
Apesar de o governo da Sérvia ter endurecido as restrições nas últimas semanas, devido ao aumento de casos de Covid-19 no país e ao colapso de alguns dos hospitais, em declarações à imprensa nacional as autoridades de saúde admitiram que "não era possível proibir as tradicionais cerimónias fúnebres" realizadas quando um bispo morre.
A Igreja Ortodoxa conta com cerca de 12 milhões de fiéis, principalmente, na Sérvia, Montenegro e Bósnia.
Segundo a Sky News, o bispo Irinej, que foi enterrado na cripta do Templo de St. Sava, em Belgrado, era conhecido por ter muita influência política na Sérvia e pelas suas críticas às políticas ocidentais.