Em comunicado divulgado à imprensa, a alta comissária para a Covid-19 da Guiné-Bissau, Magda Nery Robalo, salienta que foi com "muita preocupação", que tomou conhecimento dos comícios realizados no sábado, em Gabu, e domingo, em Bafatá.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, deslocou-se durante o fim de semana àquelas duas cidades no leste do país para agradecer o apoio dado à sua eleição como chefe de Estado.
Tanto em Gabu, como em Bafatá, milhares de pessoas estiveram todas juntas sem respeito pelo cumprimento da regra de distanciamento e sem utilizarem máscaras, apesar dos apelos feitos pelo chefe de Estado.
"Estes eventos estiveram em contrassenso com as recomendações do decreto-lei do Governo, promulgado pelo Presidente da República, que instituiu o estado de calamidade em virtude da pandemia de covid-19", salienta, no comunicado, Magda Robalo.
As autoridades guineenses declararam a situação de calamidade e de emergência de saúde em setembro, depois de vários meses em estado de emergência.
A situação de calamidade e de emergência de saúde vai estar em vigor até 08 de dezembro.
Segundo Magda Robalo, os comícios foram realizados numa altura em que se assista a uma segunda vaga da pandemia na Europa e "possivelmente também em África".
A Alta Comissária para a Covid-19 adverte que este tipo de acontecimentos põem em causa a "saúde pública" e "ameaçam reverter os ganhos conseguidos até agora na luta contra a pandemia".
A Guiné-Bissau regista atualmente um total acumulado de 2.441 casos de covid-19 no país, 64 dos quais permanecem ativos, e 44 vítimas mortais.
Na última semana, segundo dados divulgados pelo Alto Comissariado, foram registados três novos casos e mais uma vítima mortal.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.468.873 mortos resultantes de mais de 63,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 4.577 pessoas dos 300.462 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.