Navalny: Putin considera não existir fundamento para um inquérito
O Presidente russo, Vladimir Putin, considerou hoje não existirem fundamentos para a abertura de um inquérito na Rússia sobre o envenenamento do opositor Alexei Navalny, vítima de um presumível ataque no verão com um agente neurotóxico.
© Reuters
Mundo Rússia
"Se uma pessoa acabou por não morrer, não significa que seja necessário abrir de cada vez um inquérito criminal", declarou Putin durante uma reunião na quinta-feira do Conselho consultivo dos direitos humanos junto do Kremlin, e com as conclusões hoje divulgadas.
No final de agosto, o opositor e militante anticorrupção Alexei Navalny foi acometido de grave doença durante um voo na Sibéria. Após dois dias de hospitalização, foi autorizado a receber tratamento na Alemanha por pressões dos seus próximos.
Segundo três laboratórios europeus, designadamente francês e alemão, e com as conclusões confirmadas pela Organização para a proibição das armas químicas (OPAQ), Navalny foi envenenado por um agente neurotóxico do grupo Novitchok, uma substância concebida por especialistas soviéticos para fins militares.
Em convalescença na Alemanha, o opositor acusou o Presidente russo de estar por detrás do seu envenenamento, uma alegação rejeitada por Moscovo.
A diplomacia russa também acusou por diversas vezes os europeus de se recusarem a transmitir à Rússia os dados médicos de Navalny, denunciando a sua recusa em cooperar neste caso.
"O procurador geral russo pediu por diversas vezes aos seus colegas [europeus] que enviassem pelo menos uma conclusão oficial escrita e na sequência dos seus exames", recordou Putin.
"Os nossos peritos estão dispostos a deslocarem-se ao estrangeiro, a França, à Alemanha (...) para contactarem com os peritos que afirmam ter detetado substâncias tóxicas militares", assegurou.
"Mas ninguém nos convida (...) e não nos transmitem dados oficiais, nem materiais biológicos", prosseguiu Putin.
De acordo com o chefe de Estado, a Rússia "vai investigar com prazer sobre este caso, e de forma minuciosa".
"Mostrem-nos onde está o Novitchok", assinalou o Presidente russo. "Mas ninguém nos fornece nada (...) e esse é o problema", sublinhou.
As autoridades russas têm rejeitado qualquer envenenamento, e têm vindo a acusar que os serviços secretos ocidentais, o círculo próximo de Navalny ou o próprio de serem os autores.
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