Após ter afirmado que o pai era de origem israelita, os comentários de caráter racista começaram a ser difundidos nas redes sociais contra a jovem April Benayoum, escolhida primeira dama de honor da vencedora, Amandine Petit: Miss Normandia.
As autoridades policiais recolheram várias mensagens das redes sociais que foram depois enviadas à Procuradoria, que decidiu pela abertura de uma investigação, indicou inicialmente Marlène Schiappa, do Ministério do Interior francês, ao canal de televisão BFMTV.
A responsável acrescentou que o governo pretende "passar a mensagem" de que "não se trata de um ato insignificante, o envio de mensagens de incitação ao ódio" através das redes sociais e que "os responsáveis vão ser procurados".
Benayoum lamentou que em 2020 continuem a "ocorrer coisas deste género" assinalando que a França é um "país cosmopolita" e que acolhe pessoas de "várias origens e de diferentes regiões".
Não se trata da primeira vez que um concurso para a escolha da Miss França se reveste de polémica devido à origem das candidatas.
Em 1985, a vencedora foi Suzanne Iskandar, filha de um casal que fugiu da guerra do Líbano e se refugiou na Alsácia tendo sido alvo de insultos e ameaças.
Também foi vítima de ameaças racistas Sonia Rolland que em 2000 se tornou a primeira Miss França de origem africana.
Em 2014, Flora Coquerel, cujo pai é originário do Benim, foi a primeira a sofrer ameaças através das redes sociais, assim como Morgane Edvige, procedente da ilha de Martinica, que após ter sido eleita dama de honor em 2015 foi também atingida por insultos racistas.
O mesmo aconteceu à vencedora do concurso em 2017, Alicia Aylies, da Guiana, e no ano passado a Evelyne de Larichudy, concorrente de origem asiática.