As restrições, que foram hoje amenizadas por três países vizinhos, incluindo a França, estendem-se, em alguns casos, a outras zonas onde a mutação do vírus foi detetada, como a África do Sul e a Dinamarca.
As autoridades britânicas alertaram, no sábado, a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.
-- França e Bélgica --
A França suspendeu todas as viagens de pessoas provenientes de território britânico no dia 20 de dezembro à meia-noite, enquanto a Bélgica proibiu as ligações aéreas e ferroviárias.
No entanto, a partir de hoje, já é possível o regresso de nacionais e residentes legais dos dois países ou do espaço europeu.
A França continua a exigir a apresentação de um teste que prove que a pessoa não está infetada pelo coronavírus original ou pela sua mutação, mas passa a autorizar a entrada dos motoristas de camiões de mercadorias de todas as nacionalidades.
-- Países Baixos --
Tinha suspendido, no domingo, todos os voos de passageiros provenientes do Reino Unido até 01 de janeiro, mas passa, a partir de hoje, a permitir a entrada nos seus portos de 'ferries' de passageiros provenientes do Reino Unido e os voos com origem na África do Sul.
O desembarque só será, no entanto, permitido a quem apresente um teste que prove não estar infetado.
-- Alemanha --
Proibiu todas as ligações aéreas de passageiros com origem no Reino Unido ou na África do Sul a partir da meia-noite de domingo, inicialmente até 31 de dezembro, mas hoje anunciou ter prolongado o prazo até 06 de janeiro.
Todas as entradas de cidadãos britânicos e sul-africanos em território alemão por via marítima, ferroviária ou rodoviária também são restritas.
-- Itália --
O país, que detetou no domingo o primeiro caso de contaminação pela nova estirpe do coronavírus numa pessoa que regressou recentemente do Reino Unido, decidiu suspender os voos daquele país. Hoje anunciou que a suspensão tem prazo até 06 de janeiro.
A entrada na Itália é proibida a pessoas que estiveram no Reino Unido nos últimos 14 dias. Qualquer pessoa deste território que já esteja na Itália é obrigada a fazer um teste.
-- Espanha --
Suspensão de voos e ligações marítimas provenientes do Reino Unido até ao dia 05 de janeiro.
Obriga os passageiros oriundos de países ou regiões de risco a apresentar um teste que prove não estarem infetados à chegada ao país.
-- Portugal --
Proíbe a entrada no país de passageiros provenientes do Reino Unido, com exceção dos cidadãos portugueses ou residentes legais.
Os passageiros que cumpram esses requisitos de entrada, têm ainda de apresentar um teste laboratorial de rastreio negativo ao SARS-Cov-2.
-- Irlanda --
Suspendeu, desde a meia-noite de domingo, as ligações aéreas com origem no Reino Unido durante 48 horas, mas renovou o prazo até 31 de dezembro.
-- Luxemburgo --
Suspendeu os voos regulares de passageiros de ou para destinos do Reino Unido até 03 de janeiro
-- Países nórdicos --
A Dinamarca, a Noruega e a Suécia suspenderam os voos do Reino Unido na segunda-feira durante 48 horas, o que significa que a suspensão deverá terminar hoje. A Suécia também fechou a sua fronteira com a Dinamarca.
A Finlândia suspendeu na segunda-feira os voos de passageiros do Reino Unido durante duas semanas, ou seja, até 04 de janeiro.
-- Resto da Europa --
A Suíça suspendeu os voos do Reino Unido e da África do Sul desde a meia-noite de domingo até nova ordem e decretou quarentena de 10 dias para todos os que estiveram naqueles países desde 14 de dezembro.
A Áustria, a Estónia, a Letónia e a Lituânia suspenderam, pelo menos até 01 de janeiro, os voos com proveniência do Reino Unido.
A Bulgária, a Roménia e a Hungria suspenderam na segunda-feira as ligações aéreas com a Grã-Bretanha, durante duas semanas.
A Croácia suspendeu no domingo as ligações aéreas com o Reino Unido, mas durante 48 horas, o que significa que já deverão ter recomeçado.
A Macedónia e a Albânia proibiram a entrada de voos com origem no Reino Unido até 06 de janeiro e exige a todos os que lá estiveram nos tempos mais recentes que façam um isolamento de 14 dias.
A República Checa e a Polónia suspenderam na segunda-feira os voos provenientes do Reino Unido.
A Rússia suspendeu as ligações aéreas com o Reino Unido na terça-feira durante uma semana.
-- Canadá --
Suspendeu, no domingo à noite, os voos provenientes da Grã-Bretanha durante 72 horas, devendo a medida ser levantada esta noite.
-- Ásia --
Hong Kong suspendeu, à meia-noite de segunda-feira, os voos de passageiros com origem na Grã-Bretanha.
A Índia suspendeu os voos provenientes da Grã-Bretanha até 31 de dezembro.
-- Médio Oriente --
A Turquia suspendeu as ligações aéreas provenientes da Grã-Bretanha, da Dinamarca, dos Países Baixos e da África do Sul.
O Irão e a Jordânia interromperam os voos com origem na Grã-Bretanha durante duas semanas.
Israel proibiu, no domingo, a entrada de viajantes estrangeiros provenientes do Reino Unido, da Dinamarca e da África do Sul. Os israelitas que regressem desses países ficarão confinados em hotéis administrados por militares.
A Arábia Saudita suspendeu, no domingo e durante pelo menos uma semana, os voos internacionais e encerrou o acesso terrestre e marítimo ao território. Além disso, todos os passageiros que tenham estado, depois de 08 de dezembro, na Europa ou numa região do mundo onde já foi detetada a nova estirpe do coronavírus terão de ficar em isolamento durante duas semanas.
Omã proibiu, na terça-feira e durante uma semana, a entrada de pessoas nas suas fronteiras.
O Koweit suspendeu os voos com origem no Reino Unido.
-- Magreb --
Marrocos suspendeu, no domingo, os voos provenientes do Reino Unido.
A Tunísia também suspendeu todos os voos de chegada, partida ou trânsito nos seus aeroportos da Grã-Bretanha, África do Sul e Austrália, sem precisar um prazo.
A Argélia interrompeu o repatriamento de cidadãos argelinos da Grã-Bretanha, que eram os únicos autorizados a entrar desde que a fronteira foi fechada em 17 de março.
-- América Latina --
Salvador e Panamá proibiram a entrada de quem esteve no Reino Unido ou na África do Sul no último mês, ma medida também imposta pelo Paraguai, mas para quem esteve naquele país nas últimas duas semanas.
A Argentina e o Chile suspenderam os voos do Reino Unido.
O Peru suspendeu de voos da Europa e proibiu a entrada de estrangeiros não residentes que estiveram no Reino Unido nas últimas duas semanas.
-- Ilhas Maurícias --
Fecharam, desde a meia-noite de segunda-feira, as fronteiras com a Grã-Bretanha e a África do Sul.
-- Países com medidas, mas sem suspensão de entrada --
O Líbano exige um teste a provar que não está infetado a quem chega do Reino Unido e quarentena em caso de resultado positivo, que deverá ser cumprida nos centros disponibilizados para o efeito.
A Grécia impõe uma quarentena obrigatória de 10 dias para todos os viajantes provenientes da Grã-Bretanha.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 1.718.209 mortos resultantes de mais de 77,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (322.849) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 18,2 milhões).
Seguem-se, em número de mortos, o Brasil (188.259 mortos, mais de 7,3 milhões de casos), a Índia (146.444 mortos, mais de 10 milhões de infetados), o México (119.495 mortos, mais de 1,3 milhões infetados) e a Itália (69.842 mortos, quase 2 milhões de casos).
A Rússia, com mais de 2,8 milhões de casos e 51.351 mortos, é o quarto país do mundo em número de infetados, depois de EUA, Índia e Brasil, seguindo-se a França (quase 2,5 milhões de casos e 61.702 mortos), o Reino Unido (mais de 2 milhões de casos, 68.307 mortos) e a Itália (mais de 1,9 milhões de casos, 69.214 mortos).
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