"O Brasil está quebrado chefe, eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus, potencializado por essa 'media' que nós temos. Essa 'media' sem caráter que nós temos", disse Bolsonaro, junto ao Palácio da Alvorada, sua residência oficial em Brasília.
"É um trabalho incessante de tentar desgastar para tirar a gente daqui e atender interesses escusos dos 'media'", acrescentou.
As declarações do chefe de Estado brasileiro contrariam posicionamentos do ministro da Economia, Paulo Gudes, que tem dito reiteradamente que o país sul-americano experimenta uma recuperação forte dos efeitos causados pela covid-19 nas atividades produtivas do país e que poderá crescer mais do que o esperado em 2021.
Segundo o Banco Central brasileiro, a economia do país deve crescer 3,8% em 2021 numa previsão que ainda considera a "incerteza acima da usual" provocada pelo novo coronavírus.
Já as ofensas contra os 'media' são realizadas de forma recorrente pelo Presidente brasileiro, que culpa jornalistas e comunicação social de semearem o pânico na população durante a pandemia, alegando que as informações sobre a perigosidade da doença e sua proliferação prejudicam o desemprenho da economia do país.
Na segunda-feira, Bolsonaro chegou a fazer uma piada citando o uso da máscara de proteção contra a covid-19 para provocar jornalistas brasileiros, dizendo que usou uma máscara de mergulho no mar para evitar que peixinhos pegassem covid-19 em resposta a críticas que sofreu dos 'media' locais por não usar máscara e provocar aglomerações no litoral de São Paulo, onde passou alguns dias descansando no final de 2020.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (196.561, em mais de 7,7 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.854.305 mortos resultantes de mais de 85 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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