Parte do centro de Espanha, que inclui a capital, Madrid, está coberta de neve e espera-se que a situação se agrave nas próximas 24 horas à medida que a "Filomena" se desloca para norte a partir do Estreito de Gibraltar (sul), indicam as previsões meteorológicas espanholas.
O forte nevão, considerado já o maior do século em Madrid (os dois últimos mais fortes ocorreram em fevereiro de 1983 e em março de 1971), começou ainda na quinta-feira, estando a provocar desde hoje fortes constrangimentos, com o encerramento de 270 estradas e o cancelamento ou o atraso de mais de 40 voos, tal como referem as autoridades rodoviárias e aeroportuárias.
A neve, segundo o instituto de meteorologia espanhol, poderá atingir 20 centímetros de altura e subir até aos 50 nas áreas montanhosas. A situação só deverá melhorar na tarde de domingo, quando a tempestade enfraquecer ao deslocar-se para nordeste.
Em Toledo, cidade história de cerca de 85 mil habitantes a sul de Madrid e capital da região de Castilla-La Mancha, as autoridades pediram ajuda às Forças Armadas para limpar estradas e proibiram toda a circulação de veículos automóveis com ou sem correias de neve.
Outras regiões de Espanha acordaram hoje de manhã com alertas amarelo e laranja devido ao gelo, vento, chuva (sobretudo no sul), neve e temperaturas especialmente baixas, como ocorreu durante a madrugada em Villablino (Léon), onde os termómetros registaram 15,1 graus abaixo de zero, a mais baixa no país, ou os 14,9 graus negativos em Palácios de la Sierra (Burgos).
Outros marcadores não homologados, tal como refere a agência noticiosa espanhola EFE, marcaram 34,8 graus abaixo de zero em Clot del Tuc de la Lança (Lleida).
O tempo frio está a afetar também o transporte ferroviário, com atrasos e anulações, e o aéreo, com desvios de aviões para outros aeroportos ou cancelamento de voos.
Devido ao mau tempo, a Renfe impôs hoje várias limitações nas linhas ferroviárias de alta velocidade que unem Madrid a Sevilha, Málaga, Valência, Alicante e Barcelona, registando-se também atrasos sobretudo na comunidade das Astúrias.
Em relação ao transporte aéreo, as autoridades aeronáuticas advertiram já para a possibilidade de o aeroporto internacional Adolfo Suarez Madrid-Barajas ser fortemente afetado pelo vento e sobretudo pela neve, que reduz a visibilidade.
A chuva e o vento trazidos pela "Filomena", que têm também provocado uma forte agitação marítima, estãoa causar problemas nas ilhas Canárias, bem como em Ceuta.
Nas Canárias continuam os trabalhos de resgate de dois navios e de três 'ferries' inter-ilhas que ainda não conseguiram atracar nos respetivos portos, estando canceladas as partidas de embarcações de passageiros e de carga previstas a partir de Ceuta e de Algeciras (Cádis).
Ainda nas ilhas Canárias, as chuvas que acompanham a tempestade deixaram quase três milhões de metros cúbicos de água nas principais barragens da Grande Canária, pondo, paralelamente, fim a um ano de seca e garantindo pelo menos dois anos de rega agrícola na ilha.
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