Depois da confirmação de uma redução dos casos diários de infeções pelo novo coronavírus e dos internamentos em unidades de cuidados intensivos, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, afirmou no parlamento que o desagravamento das medidas é agora possível por causa do comportamento responsável da generalidade da população helénica durante as recentes festividades do natal.
De forma a facilitar o acesso dos consumidores ao comércio e às promoções de inverno, o executivo vai permitir aos retalhistas abrirem as lojas e atenderem presencialmente as pessoas, mediante certas regras.
Por exemplo, o número de pessoas dentro das lojas será limitado (uma pessoa por cada 25 metros quadrados) e a regra da distância de segurança deve estar assegurada.
A pessoa que quiser sair para fazer compras terá de enviar, por sua vez, uma mensagem de texto -- através de um serviço disponibilizado pelas autoridades e que atualmente já é aplicado para obter uma autorização de viagem -- e regressar a casa no prazo de duas horas após o envio da mensagem (sms).
Nas zonas onde as medidas de confinamento se mantêm mais restritivas, nomeadamente um recolher obrigatório mais apertado, os clientes só poderão recolher as respetivas encomendas à porta dos estabelecimentos comerciais.
Os cabeleireiros, salões de beleza e centros dietéticos podem funcionar só com marcações prévias e são obrigados a ter um registo dos clientes agendados.
Os ginásios vão permanecer fechados.
O incumprimento destas medidas poderá ser punido com coimas até 300 euros.
O executivo helénico defendeu um aumento do valor das coimas para 500 euros, mas a proposta foi fortemente contestada pela oposição e uma eventual decisão será avaliada nos próximos 10 dias.
Com a possibilidade de ir às lojas, também passa a ser permitida a circulação entre municípios (as deslocações entre províncias ainda são proibidas).
O comité de peritos que aconselha o Governo grego queria esperar mais algum tempo para avaliar os efeitos epidemiológicos do regresso às aulas, que ocorreu na passada segunda-feira, mas acabou por dar 'luz verde' à abertura do comércio.
Kyriakos Mitsotakis destacou hoje no parlamento que a Grécia é o país da União Europeia (UE) com menos óbitos associados à doença covid-19, salientando ainda que a reabertura do comércio é um passo necessário, uma vez que cada mês de confinamento está a custar ao país três mil milhões de euros.
Nas últimas 24 horas, a Grécia confirmou 610 novos casos, elevando o número total de infeções para 147.860 desde o início da crise sanitária, e 34 mortes, com o país a totalizar 5.421 vítimas mortais.
A campanha de vacinação também está em marcha na Grécia e, até ao momento, 75.276 pessoas foram vacinadas.
A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 1.994.833 mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus (SARS-Cov-2) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.