Oposição denuncia que mais de 2.000 pessoas morreram na Venezuela

A oposição venezuelana denunciou que "mais de duas mil pessoas" morreram devido à covid-19 na Venezuela e reiterou que as 1.154 mortes oficialmente divulgadas pelo Governo do Presidente Nicolás Maduro não correspondem à realidade.

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Lusa
27/01/2021 06:21 ‧ 27/01/2021 por Lusa

Mundo

Pandemia

"As improvisações no manuseio da covid-19 custaram a vida a mais de dois mil venezuelanos. Maduro mente sobre a diminuição da curva (de infetados com a doença), condenando os venezuelanos à covid-19", disse, na terça-feira, o médico e ex-deputado José Manuel Olivares.

Nomeado "comissário para a saúde" pelo líder opositor Juan Guaidó, Olivares explicou, numa reunião 'online' que "a Venezuela tem sido o pior país" no tema da covid-19, devido a "improvisações, negócios, mentiras e arrogâncias" do regime.

A oposição insistiu que a Venezuela "detém o recorde de ter realizado menos testes" da América Latina e que o país "está a ver as consequências" da flexibilização de dezembro, que disse ter tido fins eleitoralistas.

"Temos 60% de ocupação das terapias intensivas, e mais de 65% de ocupação das emergências", frisou.

Olivares acrescentou que foram "recebidos mais de 26 equipamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), para fazer 300 mil testes e apenas foram feitos 1.600" porque "nem todos equipamentos foram distribuídos pelo território, para fazer um diagnóstico rápido, oportuno, controlo da pandemia e isolamento dos casos".

Por outro lado, precisou que mais de 326 profissionais da saúde morreram "porque não tiveram um hospital, uma máscara, para poder lutar contra a covid-19".

Enquanto países do continente, como Argentina, Chile, Equador, Estados Unidos, Brasil e várias ilhas das Caraíbas, "já começaram com a programação de vacinação", na Venezuela "ainda não há data, porque o regime continua empenhado na vacina russa Sputnik V" que não faz parte do Mecanismo de Acesso Mundial a Vacinas (Covax), nem certificação da OMS, questionou a oposição venezuelana.

Na mesma reunião virtual, a ex-deputada Deyalitaza Aray acusou o Governo venezuelano "de ser responsável pelo colapso do sistema de saúde no país e de negar a entrada de ajuda humanitária, afetando uma população que, além de não contar com materiais médicos para outras patologias, tão pouco tem como enfrentar a covid-19".

De acordo com os dados oficiais, a Venezuela contabilizou 124.112 casos de covid-19, dos quais 3.292 são assintomáticos.

Há ainda 1.154 mortes associadas à doença e 116.365 recuperados.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.149.818 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins, dos EUA.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Venezuela. Observatório de conflitos registou 9.633 protestos em 2020

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