Pelo menos cinco pessoas morreram no incêndio, que deflagrou ao início da manhã de sexta-feira no rés do chão do hospital Matei Blas em Bucareste, e que implicou a retirada de mais de 100 pessoas. Este foi o terceiro incêndio num hospital da Roménia nos últimos meses.
O protesto foi convocado pela Aliança para a Unidade dos Romenos (AUR), partido da direita que surgiu há cerca de um ano e que se opõe ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e apoia os clérigos ortodoxos que têm desafiado às restrições impostas devido à pandemia para celebrarem cerimónias religiosas.
"As nossas lágrimas e a nossa paciência esgotaram-se após 31 anos em que pagamos impostos sem nada em troca. Nos últimos 31 anos não foi construído um único hospital na Roménia", afirmou o copresidente da AUR, George Simion, numa referência ao período desde a queda do regime de Nicolai Ceausescu. "O dinheiro para o sistema médico romeno foi roubado", acrescentou.
Simion disse que o partido e os seus apoiantes "pretendem a demissão dos responsáveis", o ministro da Saúde, Vlad Voiculescu, e o chefe do departamento para as situações de emergência, Raed Arafat. Indicou ainda que a AUR irá disponibilizar o financiamento do Estado ao partido para a construção de um novo hospital.
No protesto de hoje, os manifestantes ecoaram "Não queremos ser governados por ladrões" e também exigiram a demissão do Presidente Klaus Iohannis.
O ministro da Saúde disse hoje que ainda não são conhecidas as causas do incêndio de sexta-feira e que prosseguem as investigações.
"Aguardamos os resultados por diversas razões. Uma é encontrar quem é responsável, mas mais importante, precisamos de aprender as lições que necessitamos de aprender", referiu. "Se soubermos a causa inicial do incêndio, saberemos que medidas prioritárias devem ser tomadas para impedir que isto aconteça de novo", frisou.
O ministro concordou que a Roménia necessita de melhorar as suas infraestruturas médicas.
"Vamos construir novos hospitais", prosseguiu. "Não existe uma solução mágica para transformar em novo um velho edifício. Precisamos que novos hospitais", admitiu.
Antes do incêndio no hospital Matei Blas, um incêndio em novembro numa unidade de cuidados intensivos para doentes covid-19 no norte da Roménia matou 10 doentes, e um outro incêndio em dezembro num hospital psiquiátrico na mesma região provocou a morte de uma pessoa.
O país balcânico com cerca de 19 milhões de habitantes -- e Estado-membro da União Europeia desde 2007, juntamente com a vizinha Bulgária -- regista oficialmente mais de 70.000 casos de covid-19 e 18.000 mortos.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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