"A República Islâmica do Irão condena firmemente o anúncio de um tribunal de Antuérpia, na Bélgica, segundo o qual Assadollah Assadi, um diplomata do nosso país, foi condenado a 20 anos de prisão", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, ao considerar que "o processo judicial e o veredito" são "ilegais e em violação flagrante do Direito Internacional".
A pena contra Assadollah Assadi, 49 anos, na altura colocado na embaixada do Irão em Viena, dá resposta ao pedido do Ministério Público Federal da Bélgica, competente em matéria de terrorismo.
O diplomata, que nega os factos, foi acusado de "tentativa de assassínio terrorista" e "participação nas atividades de um grupo terrorista".
O tribunal de Antuérpia (norte) também condenou três cúmplices belgas de origem iraniana a penas de 15 a 18 anos de prisão, assim como à perda da nacionalidade belga.
O dossiê, misturando terrorismo e espionagem, suscitou tensões diplomáticas entre Teerão e várias capitais europeias, entre as quais Paris.
O regime iraniano avisou antes do julgamento que não o reconheceria, afirmando que o processo iniciado pela justiça da Bélgica não era "legítimo, devido à imunidade diplomática" de Assadi.
Os opositores visados denunciaram, por seu turno, um projeto relacionado com "terrorismo de Estado".
Um atentado à bomba tinha como alvo, a 30 de junho de 2018 em Villepinte, perto de Paris, a reunião anual do Conselho Nacional da Resistência Iraniana (CNRI), uma coligação de opositores que inclui a Organização dos Mujaidine do Povo Iraniano.
O ataque ao local onde se encontravam milhares de pessoas foi impedido 'in extremis'.
Para a líder do CNRI, Mariam Radjavi, este é um julgamento "histórico" pois "é todo o regime que está no banco dos réus".
O CNRI, que tem como principal componente os Mujaidine do Povo, apresenta-se como o movimento de oposição mais importante ao regime iraniano. Os seus detratores acusam-no de ser um movimento sectário sem representatividade.