Teerão denuncia "firmemente" condenação do seu diplomata na Bélgica

O Irão denunciou hoje "firmemente" a condenação de um diplomata iraniano a 20 anos de prisão por um tribunal belga, por ter projetado um atentado contra uma reunião de opositores de Teerão em França em 2018.

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Lusa
04/02/2021 15:26 ‧ 04/02/2021 por Lusa

Mundo

Teerão

 

"A República Islâmica do Irão condena firmemente o anúncio de um tribunal de Antuérpia, na Bélgica, segundo o qual Assadollah Assadi, um diplomata do nosso país, foi condenado a 20 anos de prisão", declarou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, ao considerar que "o processo judicial e o veredito" são "ilegais e em violação flagrante do Direito Internacional".

A pena contra Assadollah Assadi, 49 anos, na altura colocado na embaixada do Irão em Viena, dá resposta ao pedido do Ministério Público Federal da Bélgica, competente em matéria de terrorismo.

O diplomata, que nega os factos, foi acusado de "tentativa de assassínio terrorista" e "participação nas atividades de um grupo terrorista".

O tribunal de Antuérpia (norte) também condenou três cúmplices belgas de origem iraniana a penas de 15 a 18 anos de prisão, assim como à perda da nacionalidade belga.

O dossiê, misturando terrorismo e espionagem, suscitou tensões diplomáticas entre Teerão e várias capitais europeias, entre as quais Paris.

O regime iraniano avisou antes do julgamento que não o reconheceria, afirmando que o processo iniciado pela justiça da Bélgica não era "legítimo, devido à imunidade diplomática" de Assadi.

Os opositores visados denunciaram, por seu turno, um projeto relacionado com "terrorismo de Estado".

Um atentado à bomba tinha como alvo, a 30 de junho de 2018 em Villepinte, perto de Paris, a reunião anual do Conselho Nacional da Resistência Iraniana (CNRI), uma coligação de opositores que inclui a Organização dos Mujaidine do Povo Iraniano.

O ataque ao local onde se encontravam milhares de pessoas foi impedido 'in extremis'.

Para a líder do CNRI, Mariam Radjavi, este é um julgamento "histórico" pois "é todo o regime que está no banco dos réus".

O CNRI, que tem como principal componente os Mujaidine do Povo, apresenta-se como o movimento de oposição mais importante ao regime iraniano. Os seus detratores acusam-no de ser um movimento sectário sem representatividade.

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