"Ela é uma importante ativista pelos direitos das mulheres e libertá-la era a coisa certa a fazer", sublinhou o chefe de Estado norte-americano durante a primeira visita ao Pentágono desde que foi empossado.
A reconhecida ativista dos direitos das mulheres na Arábia Saudita, Loujain al-Hathloul, foi hoje libertada da prisão, após ter cumprido quase três anos de detenção por acusações que geraram fortes críticas a nível internacional.
A libertação da ativista foi anunciada pela sua família através da rede social Twitter.
No passado dia 28 de dezembro, Loujain al-Hathloul, uma das vozes que mais pressionou para o fim da proibição de décadas que impedia as mulheres sauditas de conduzirem, foi condenada a cinco anos e oito meses de prisão por um tribunal especializado em casos de terrorismo.
Na altura, a ativista foi acusada de tentar fazer mudanças e de tentar prejudicar a ordem pública seguindo objetivos estrangeiros, acusações que, segundo classificaram então várias organizações de defesa dos direitos humanos, foram "politicamente motivadas".
Organizações não-governamentais (ONG) de defesa dos direitos humanos e uma relatora da ONU exigiram na altura a libertação imediata da ativista.
A libertação antecipada de Loujain al-Hathloul era esperada com grande expectativa, uma vez que um juiz suspendeu parte da sentença proferida em dezembro e deu-lhe crédito pelo tempo de detenção já cumprido.
A decisão surge numa altura em que a Arábia Saudita enfrenta um novo escrutínio por parte dos Estados Unidos da América (EUA) e da nova administração que lidera a Casa Branca.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu reavaliar a parceria entre Washington e Riade (anunciou recentemente o fim do apoio dos EUA à uma ofensiva militar liderada pela Arábia Saudita no Iémen) e defender os direitos humanos e os princípios democráticos.
Apesar de ter sido libertada da prisão, Loujain al-Hathloul vai continuar sujeita a condições que limitam os seus movimentos.
Por exemplo, a ativista vai manter-se três anos em liberdade condicional e está proibida de viajar por um período de cinco anos.
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