Autoridades nigerianas advertem para risco de violência em manifestação

As autoridades nigerianas advertiram hoje "fortemente" os manifestantes que planeiam reunir-se em Lagos no sábado para procurar justiça após a repressão do movimento de protesto juvenil em outubro, pedindo-lhes para que "desistam" dado o risco "muito elevado" de violência.

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Lusa
11/02/2021 17:08 ‧ 11/02/2021 por Lusa

Mundo

Nigéria

Várias grandes cidades do país mais populoso de África foram abaladas em outubro por uma onda de protestos que exigiam o desmantelamento de uma unidade policial, a Brigada Especial Anti-Roubo (SARS), acusada de abusos, alguns dos quais foram contra o Governo no poder.

O movimento, conhecido como #EndSARS, foi violentamente reprimido em 20 de outubro em Lagos, quando as forças de segurança dispararam sobre a multidão pacificamente reunida na praça de Lekki, o epicentro do protesto na capital económica, matando pelo menos 10 pessoas, de acordo com a Amnistia Internacional (AI).

Quase quatro meses após o tiroteio, as figuras do movimento lançaram apelos nas redes sociais para que as pessoas se reúnam na praça de Lekki, no próximo sábado, para exigir "justiça", uma vez que os responsáveis pela matança ainda não foram levados à justiça.

"Avisamos veementemente aqueles que estão a planear reocupar a praça Lekki no sábado (e pedimos-lhes que desistam)", disse hoje o ministro da Informação, Alhaji Lai Mohamed.

"Até à data, as hipóteses de uma reunião pacífica degenerar num conflito violento são muito elevadas (...). Os ativistas nigerianos estão ligados a outros no estrangeiro, incluindo elementos subversivos, com o objetivo de desestabilizar o país", afirmou.

E advertiu: "Nenhuma violência em nome de #EndSARS será tolerada desta vez, os agentes de segurança estão prontos para qualquer eventualidade".

Após uma semana de manifestações, o Governo anunciou em 11 de outubro que estava a desmantelar a brigada, mas a medida não convenceu os jovens, para quem a violência policial é vista como sistémica.

A repressão das manifestações em Lekki, particularmente em 20 de outubro, foi seguida de uma semana de pilhagem e violência.

De acordo com as autoridades, 43 membros das forças de segurança e 57 civis foram mortos durante o movimento e subsequente violência.

Centenas de instalações públicas, incluindo esquadras de polícia e lojas, foram destruídas ou incendiadas.

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