Puigdemont aplaude "resultado extraordinário" de separatistas
O antigo presidente do governo da Cataluna (Espanha), Carles Puigdemont, enalteceu o "extraordinário resultado" das eleições de domingo para o parlamento regional, que deram uma maioria reforçada ao conjunto dos partidos independentistas.
© Reuters
Mundo Catalunha
Apesar de o Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC-PSOE) ter sido o mais votado nas eleições, com 22,9% e 33 deputados eleitos para o parlamento regional, os partidos separatistas que apoiam a atual solução governativa na região conseguiram, em conjunto, mais do que a metade dos 135 lugares na assembleia.
Numa intervenção em videoconferência a partir da Bélgica, transmitida na noite eleitoral do Juntos pela Catalunha (JxCat), Carles Puigdemont sublinhou que "o resultado extraordinário" dos separatistas "mostrou ao mundo que foi suplantada uma repressão duríssima de três anos e meio".
"A mensagem que temos de fazer chegar a Madrid e à Europa é que, apesar de todos os esforços para apresentar o independentismo como algo dispensável, é impossível fazer política sem falar de independência, sem passar pelos grupos independentistas ou por um parlamento com uma voz autorizada para falar da República catalã", disse.
O Juntos pela Catalunha, de Carles Puigdemont, obteve 20,1% e 32 lugares nas eleições de domingo, ficando atrás da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC, independentista) que foi o segundo partido mais votado, com 21,3% dos votos e 33 deputados.
A extrema-direita espanhola do Vox aparece em quarto lugar com 7,7% e 11 deputados, seguida dos independentistas da Candidatura de Unidade Popular (CUP, extrema-esquerda) com 6,7% e nove deputados e o partido de extrema-esquerda En Comú Podem (associado ao Podemos) com 6,9% e oito deputados.
O grande perdedor das eleições é o Cidadãos (direita-liberal), que nas eleições de 2017 concentrou o voto útil dos constitucionalistas (pela união de Espanha) que agora fugiu para o PSC, e desceu de 25,3% para de 5,5% e de 36 para apenas seis deputados.
Por último, o Partido Popular (PP, direita) obteve 3,8% e três lugares no novo parlamento regional.
A taxa de participação nestas eleições baixou mais de 25 pontos percentuais tendo sido agora cerca de 53% dos votos, a mais baixa do período democrático, influenciada pela pandemia de covid-19 que levou muitas pessoas a ficar em casa.
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