Cidade do México altera toponímia para resgatar memória histórica

A Cidade do México, capital do país, vai alterar a toponímia das ruas e as estátuas emblemáticas para fomentar a diversidade cultural e resgatar a memória histórica, meio milénio depois da colonização espanhola.

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Lusa
13/03/2021 06:19 ‧ 13/03/2021 por Lusa

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México

"Deveriam alterar os nomes, mas tudo depende de como se vê as coisas. Está mal [ensinada a História] desde os livros e não chega alterar os nomes, é preciso saber a História", disse à agência espanhola Efe Sergio Ruiz, habitante da capital.

500 anos depois da colonização espanhola, a Cidade do México vai alterar a toponímia para que a capital se identifique mais com a cultura mexicana.

Desde o início do mandato, em dezembro de 2018, que o Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, se mostrou favorável à reformulação da História do país, na qual os mexicanos aparecem como os derrotados do conflito com Espanha e acabaram por ser colonizados.

Aliás, no final de 2019, o chefe de Estado do México endereçou uma carta ao rei de Espanha, Filipe VI, e ao Papa Francisco na qual exigia um pedido de desculpas pelo que aconteceu a partir de 1519.

"Decidimos comemorar México -- Tenochtitlán [considerada a capital do império asteca] e (...) queremos evidenciar a grande diversidade e o que representava, inclusive, em termos da sua cosmogonia, a cultura mexicana", explicitou esta semana a chefe do Governo, Claudia Sheinbaum Pardo.

Para a governante, 2021 -- ano em que se celebra os 700 anos da fundação de Tenochtitlán -- é um momento importante para refletir sobre a apelidada "conquista do México" e questionar porque é na cidade há nomes de figuras que representam um passado cruel da História mexicana.

"Gostava que nos recordassem pelos nossos patriotas e não pelos que vieram e nos conquistaram", disse à Efe Lourdes González, também habitante da capital.

Entre os exemplos daquilo que vai mudar, o mais evidente é o da "Árvore da Noite Triste", que é celebrada na noite de 30 de junho para 01 de julho, e recorda a primeira e única derrota das tropas de Hernán Cortés (1485 -- 1647) -- colonizador espanhol -- e dos aliados indígenas às mãos do exército México -- Tenochtitlán.

A líder do executivo mexicano explicitou que a árvore -- onde reza a História Cortés chorou a derrota -- vai ser renomeada a "Árvore da Noite Vitoriosa", já que os mexicanos não se reveem nesta derrota.

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